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Diplomacia

UE: quebra de confiança nos EUA prejudica luta contra o terror

Em comunicado oficial conjunto, líderes europeus demonstraram insatisfação com as novas revelações de espionagem e cobram respostas de Washington

Merkel participa de uma entrevista ao chegar à reunião na sede da União Europeia, em Bruxelas
Angela Merkel participa de uma entrevista ao chegar à reunião na sede da União Europeia, em Bruxelas (AFP)
Líderes europeus reunidos em Bruxelas afirmaram, nesta sexta-feira, que a quebra de confiança entre aliados pode afetar a luta contra o terrorismo. O assunto segurança tomou conta da pauta da reunião após denúncias de espionagem da Agência de Segurança Nacional americana (NSA) contra cidadãos franceses e contra a chanceler alemã Angela Merkel. Em uma declaração oficial conjunta, os países-membros da União Europeia (UE) sublinharam que a “coleta de informações é um elemento vital na luta contra o terrorismo”. E prosseguiram: "A falta de confiança poderia prejudicar a necessária cooperação no campo da coleta de informações".
Após o encontro, Alemanha e França disseram que vão propor conversações com os EUA sobre o caso até o final do ano. Os dois países esperam encontrar um “entendimento mútuo” em conversa com o governo americano. "O que está em jogo é a preservação de nossas relações com os Estados Unidos", disse o presidente francês François Hollande nesta sexta-feira, segundo a rede BBC. Em seguida foi a vez da chanceler alemã Angela Merkel cobrar “confiança entre os aliados e parceiros”. “Tal confiança agora tem de ser construída de novo”, disse.

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NSA espionou conversas telefônicas de 35 líderes mundiais
Os governantes dos dois países se reuniram à margem do encontro de cúpula de dois dias da UE em Bruxelas, que termina nesta sexta-feira, disse o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy. "Eles expressaram a convicção de que a relação [entre países aliados] deve estar baseada no respeito e confiança, incluindo o trabalho e a cooperação dos serviços secretos", completou Van Rompuy.
As novas revelações sobre os possíveis grampos praticados pela NSA contra líderes europeus  tomaram conta da reunião de Bruxelas, que já estava agendada antes de se ter conhecimento dos casos. A maior parte dos mandatários exige que se esclareça a verdade sobre esses fatos. Um grupo de trabalho entre europeus e americanos chegou a ser criado, logo no início dos vazamentos confidenciais na imprensa, para debater a proteção de dados, lembrou Van Rompuy. De acordo com o presidente francês esse grupo será "reativado".
Nesta quinta, o jornal britânico The Guardian publicou que a NSA "espionou as conversas telefônicas de 35 dirigentes do mundo após um alto funcionário americano entregar uma lista com os números". O diário londrino cita um documento interno, no qual a NSA pede aos responsáveis de vários organismos do Executivo, incluindo Casa Branca, Departamento de Estado e Pentágono, que "compartilhem seus números de telefone e endereços eletrônicos com a agência". Ainda segundo o jornal, apenas um destes responsáveis entregou "200 números, entre eles os de 35 dirigentes mundiais", à NSA. As revelações são baseadas em documentos vazados pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden, atualmente refugiado na Rússia.

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