Pular para o conteúdo principal

EUA: chefes da inteligência negam grampos a cidadãos europeus

General chefe da NSA e diretor de Inteligência Nacional disseram que outros países, incluindo os aliados europeus, também espionam os Estados Unidos

Manifestante protesta contra a presença do chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, general Keith B. Alexander, e do diretor de Inteligência Nacional, James R. Clapper Jr., no Congresso americano
Manifestante protesta contra a presença do chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, general Keith B. Alexander, e do diretor de Inteligência Nacional, James R. Clapper Jr., no Congresso americano (/Reuters)
O chefe da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos, general Keith B. Alexander, e o diretor de Inteligência Nacional, James R. Clapper Jr., negaram nesta terça-feira que o governo americano espiona milhões de ligações telefônicas de cidadãos europeus. Em uma audiência no Congresso, as autoridades afirmaram que o país não espiona civis de “forma deliberada”. “Não coletamos informações de cidadãos europeus. Isso representa informações que nós e os nosso aliados da Otan coletam para defender os territórios de nosso países e proporcionar suporte para operações militares”, afirmou Alexander, de acordo com o jornal The New York Times.
Leia também:
Obama analisa banir escutas de chefes de estados aliados

EUA alertam que Snowden possui documentos extraídos de rede militar
Alexander reforçou que as últimas denúncias feitas com base nos documentos vazados pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden são “completamente falsas”. Reportagens de diferentes jornais europeus mostraram que a rede de espionagem dos Estados Unidos coleta milhões de dados de conversas telefônicas de cidadãos da França, Espanha, Alemanha e Itália. “Os relatos que levaram pessoas a acreditar que a NSA ou os Estados Unidos coletam informações são falsos. Não é verdade que essas informações foram coletadas de cidadãos europeus”, destacou. Segundo Alexander, a maior parte dos grampos em telefones é feita fora do continente europeu.
Clapper, por sua vez, não negou que os Estados Unidos espionem as comunicações de líderes estrangeiros. A postura do diretor fez com que surgisse um debate entre os deputados republicanos e democratas sobre quem havia sido informado sobre a prática. Em defesa da rede de espionagem, as autoridades americanas afirmaram que a perda de alcance do programa poderia causar “mais um catastrófico ataque parecido com o de 11 de Setembro”.
Leia mais: França e Alemanha querem pacto antiespionagem com EUA
Tanto Alexander como Clapper disseram que a espionagem contra líderes mundiais é um dos pilares mantidos há décadas nos serviços de inteligência americanos. Eles afirmaram que a prática é fundamental para o governo saber quais “intenções” que outros países, incluindo os aliados, apresentam em relação aos Estados Unidos. Clapper, inclusive, reforçou a tese de que todos os países praticam a espionagem. “Esta foi uma das primeiras coisas que eu aprendi na escola de inteligência, em 1963. É um princípio fundamental”, defendeu.
Arquivos vazados por Snowden indicam que os Estados Unidos espionaram ao menos 35 líderes mundiais durante o segundo mandato do presidente George W. Bush. A administração do presidente Barack Obama também deu prosseguimento à espionagem e grampeou as comunicações de políticos como a presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente mexicano Felipe Calderón e a chanceler alemã Angela Merkel. As duras críticas feitas pela União Europeia ao presidente americano também levantaram a discussão sobre a participação de Obama no programa da NSA. Segundo o jornal The Wall Street Journal, o mandatário passou quase cinco anos sem saber que os próprios espiões estavam obtendo dados dos telefones de líderes mundiais.
Saiba mais: Cameron ameaça agir contra jornais que publicarem dados de Snowden
Por fim, as autoridades concordaram que é preciso tornar públicos alguns dos princípios da corte judicial que fiscaliza a aplicação Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (Fisa), de 1978. A legislação garante o respaldo necessário para a NSA operar o programa de espionagem. Alexander, no entanto, voltou a dizer que muitas das informações vazadas por Snowden foram mal interpretadas. Para Clapper, a divulgação dos documentos relacionados à Fisa ajudará a acalmar a opinião pública nos próximos dias. “Esses arquivos levarão nossos cidadãos a encarar a seriedade, dificuldade e o rigor com que a Corte da Fisa exerce as suas responsabilidades”, apontou o diretor, antes de acrescentar que a NSA só contrata “pessoas honoráveis” para trabalhar com a espionagem.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...