Pular para o conteúdo principal

Sócio da boate Kiss e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira são presos

Delegado confirma que uso de sinalizador durante apresentação da banda deve ter sido causa do incêndio.

 
Familiares durante o velório das vítimas do incêndio em Santa Maria, no Rio Grande do Sul
Familiares durante o velório das vítimas do incêndio em Santa Maria, no Rio Grande do Sul - Neco Varella/EFE
Um dos proprietários da boate Kiss, em Santa Maria, onde houve 231 mortes em um incêndio no domingo, e dois músicos da banda Gurizada Fandangueira foram presos na manhã desta segunda-feira em caráter temporário por cinco dias. A Polícia Civil não informou se entre os presos está o integrante da banda acusado de ter acionado um sinalizador que, segundo testemunhas, deu início ao incêndio. O empresário Elissandro Spohr, um dos proprietários da boate, foi preso em Cruz Alta, cidade distante 130 km de Santa Maria, e está em custódia, em um hospital. "A investigação aponta que o sinalizador deu origem ao incêndio e a porta de saída da boate não deu vazão, o que acabou com esse número terrível de mortos", afirmou o delegado Marcelo Arigônio, responsável pelo caso, acrescentando que uma quarta pessoa está sendo procurada pela polícia.
Segundo o advogado de Elissandro, o criminalista Jader Marques, o empresário teve medo de ficar em Santa Maria e decidiu sair da cidade. De acordo com entrevista do advogado ao Zero Hora, o empresário buscou atendimento médico em Cruz Alta devido à intoxicação. No momento da tragédia, afirmou o criminalista, Elissandro estava com a mulher grávida na boate.
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, esteve esta manhã na 1ª Delegacia Policial de Santa Maria. “Estou aqui para tomar conhecimento do inquérito. Foi um evento que proporcionou lesões muito graves. É um momento que exige qualidade técnica, profundidade e responsabilidade”, disse Genro. “Quero garantir que o inquérito seja exemplar, que dele possam decorrer, a partir de iniciativas do MP, modificações legislativas nos planos federal, municipal e estadual, para que isso nunca mais aconteça”.
Segundo o chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, delegado Ranolfo Vieira Júnior, um quarto envolvido ainda é procurado. Vieira informou que um advogado que disse representar o suspeito que ainda não foi preso entrou em contato com a polícia e disse que seu cliente deve se apresentar ainda nesta segunda-feira. “Todo indivíduo que tem mandado de prisão é considerado foragido. É importante que se diga que a polícia continua apurando, realizando diligências na direção de prendê-lo (o foragido)", disse.
“Após ouvir testemunhas, a polícia entendeu que era o caso de pedir a prisão. No momento não queremos apontar culpados, mas elucidar o acontecimento. Depois das investigações, se houver responsáveis, eles serão apontados”, disse Vieira.
Vieira explicou os passos da investigação. "Atuamos em três frentes. A primeira é a prova testemunhal, ou seja, ouvir as pessoas que estavam presentes e as pessoas que costumavam frequentar o local. A segunda, a prova da perícia, que também é importante. A terceira, a prova documental, que consiste em verificar se o local funcionava com os documentos devidos”, afirmou. Sobre a lotação do local, o chefe de polícia afirmou que há relatos de que o local estava com sua capacidade máxima. “No entanto, evitamos por enquanto comentar esse tipo de declaração”, disse.
Até o momento a polícia não obteve gravações do sistema de vídeo dentro da boate, uma das pistas importantes para esclarecer a mecânica da tragédia.
Leia também:
'Que bom que tu tá vivo! Já contei 15 amigos que perdi hoje'
'Ouvi uma menina gritar fogo e corri', conta sobrevivente de incêndio

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular