Polícia prende líder do PCC acusado de mandar matar PM em novembro de 2012
Márcio Aurélio Lira de Almeida, conhecido como Japa, estaria envolvido nos assassinatos de ao menos dois policiais militares ocorridos no final do ano passado em São Paulo
A polícia prendeu nesta segunda-feira, 28, Márcio Aurélio Lira de
Almeida, 38 anos, acusado de ter ordenado a morte do policial militar Adriano
Garcia Barbosa, em 30 de novembro. Segundo as investigações, Japa, como é
conhecido, é uma das principais lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC)
na zona sul de São Paulo.
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Japa foi preso na casa
da ex-mulher, por policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota). Ele
estava desarmado, sozinho, e não esboçou reação. A polícia chegou até ele após
investigações da 3ª Delegacia (chacinas e latrocínios) do Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
"Apagamos um policial militar hoje", disse Japa, segundo depoimentos
colhidos durante o inquérito, logo após o assassinato do soldado Barbosa. O
crime aconteceu na Rua Rosário Scamadi, no Capão Redondo, e era investigado como
latrocínio, porque os ladrões, que foram presos no mesmo dia, levaram a moto e
uma pistola .40 do PM. Os autores, menores de idade, foram presos logo após o
homicídio.
De acordo com as investigações, Japa era também "chefe" de Léo Gordo,
integrante do PCC preso em novembro pela 5ª Delegacia do Patrimônio (Roubo a
Bancos) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) sob a
suspeita de ter ordenado a morte de policiais militares também na zona sul.
A diretora do DHPP, Elisabete Sato, anunciou nesta segunda-feira que
as investigações devem prosseguir para saber se Japa ordenou a morte de outros
policiais. "Todos sabemos que o ano de 2012 foi bastante difícil para nós
policiais. Foi de domínio público que houve uma ordem para PMs serem
assassinados. Essa é a resposta que damos hoje", disse. "Vamos ver se ele
confessa a autoria de outros assassinatos", completou.
No momento, ele não deverá seguir
para presídios federais, como ocorreu recentemente com outras lideranças do PCC.
Por enquanto, a intenção é mantê-lo em São Paulo, até para que seja possível
esclarecer outros crimes nos quais pode estar envolvido.
Segundo o capitão Cassio de Araújo de Freitas, coordenador
operacional da Rota, Japa se preparava para viajar para Fortaleza, onde
realizaria na terça-feira, 29, o roubo a uma agência bancária. "Ele era capaz de
se articular até mesmo em outros estados."
De acordo com o capitão Cassio, o suspeito conseguiu destaque na
facção por ter uma longa ficha criminal (antecedentes por roubo, formação de
quadrilha, etc.) e várias passagens pelo sistema prisional. "Ele tem autonomia
para tomar decisões, para manter o domínio na distribuição de drogas e do crime
na região", disse. "Essa autonomia dá a ele a capacidade de dizer quem irá
executar o crime, senão ele próprio."
Prisão. No domingo, 27, a Rota prendeu, também na
zona sul, William da Silva Oliveira. Ele é acusado de ter participado do
assassinato do soldado Laércio Ferreira Borges, da 2ª CIA de 27ºBPM, em 28 de
setembro.
Segundo o capitão, a Rota fará patrulhamento em áreas identificadas
pelo DHPP como focos de homicídios na capital.
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