Renan dá cargos, consolida apoios e deve vencer no Senado com ampla vantagem
Apesar de denúncias de irregularidades, peemedebista acatou pedidos de partidos e conseguirá retomar comando do Senado sem forte oposição
BRASÍLIA - Depois de sacramentar com os partidos o loteamento de cargos na
Mesa Diretora do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) entra na disputa
nesta sexta-feira, 1, pela presidência da Casa como o franco
favorito. Mesmo sob denúncias, a estimativa é que Renan obtenha entre 55 e 60
votos favoráveis à sua candidatura para suceder José Sarney (PMDB-AP), atual
presidente do Senado. Para se eleger, Renan precisa dos votos de metade dos
presentes mais um (maioria simples). As dissidências deverão ficar entre 20 e 25
votos.
“Ele (Renan) consegue se eleger tranquilamente, com uma grande folga de
votos”, afirmou nesta quarta-feira, 30, o presidente do PMDB, senador Valdir
Raupp (RO).
Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) reúnem-se
nesta quinta-feira, 31, para decidir se manterão as duas candidaturas
alternativas ou se lançarão um candidato único. A avaliação é que Taques tem
mais chances de conquistar votos do que Randolfe. A estimativa é que Taques
obtenha entre 20 e 25 votos, caso saia candidato. Já Randolfe conseguiria apenas
arregimentar cerca dez votos.
Os tucanos ficaram irritados com Randolfe, que acusou o PSDB de ter feito acordo para salvar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira em troca de apoio à candidatura de Renan.
Liderança. Para consolidar sua vitória na eleição na sexta, Renan trabalhou nos últimos dias para acabar com o racha em torno da disputa pela liderança do PMDB. O senador Romero Jucá (RR) ameaçou disputar a liderança do partido contra Eunício Oliveira (CE).
Essa divisão interna no PMDB foi encarada como um risco à sua candidatura. Afinal, o derrotado poderia se “bandear” para a candidatura alternativa ou até se abster de votar.
Eunício será ungido nesta quinta como novo líder do partido no Senado. A fim de pacificar o partido, a estratégia de Renan foi voltar atrás e concordar em dar a 2.ª Vice-Presidência do Senado para Jucá. Esse cargo já havia sido oferecido ao PTB do senador Gim Argello (DF), que abriu mão e irá ocupar a 2.ª Secretaria do Senado com João Vicente Claudino (PI).
O PTB também ganhou a presidência da Comissão de Infraestrutura, que ficará com o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (AL).
No loteamento de cargos na Mesa empreendido por Renan coube ao PR ficar com a 3.ª Secretaria. Para o cargo, será indicado João Ribeiro (TO) ou Magno Malta (ES). O ex-governador Blairo Maggi (PR-MT), que já ganhou o troféu “motosserra” por promover desmatamento nas suas plantações de soja, será o novo presidente da Comissão de Meio Ambiente.
Prefeitura da Casa. Considerada uma espécie de prefeitura do Senado, responsável por um orçamento de R$ 3,5 bilhões para este ano, a 1.ª Secretaria deverá ficar a cargo do PSDB, provavelmente nas mãos do senador Flexa Ribeiro (PA).
O cargo poderá, no entanto, ser disputado por um candidato “alternativo”, caso os tucanos decidam fechar questão contra a eleição de Renan.
O argumento é que se os tucanos não respeitarem a proporcionalidade para a presidência do Senado também não é preciso respeitar a mesma regra para preencher a 1.ª Secretaria. Daí a dificuldade do partido de fechar questão contra a candidatura de Renan, mesmo depois de o senador e presidenciável Aécio Neves (MG) ter ido a público pedir a renúncia do peemedebista.
Aécio. O tucano defendeu a manutenção do critério da proporcionalidade nos cargos da Mesa Diretora - ou seja, a presidência cabe ao PMDB que, provavelmente, indicará nesta quinta Renan para comandar o Senado pelos próximos dois anos.
Com uma bancada de 11 senadores, atrás do PMDB e do PT, os tucanos têm regimentalmente o direito de ocupar a 1.ª Secretaria do Senado. Já o PT, segundo maior partido do Senado, ficará com a 1.ª Vice-Presidência a cargo do petista Jorge Viana (AC). O PT garantiu apoio integral à eleição de Renan Calheiros para evitar confrontos com o PMDB.
Veja
também:
Sem vaga na Mesa Diretora, PSB desiste de apoiar chapa favorita
Enquete: Quem deve presidir o Senado?
Protesto contra Renan reúne mais de 160 mil assinaturas
Por cargo, PSDB evita confrontar Renan
Sem vaga na Mesa Diretora, PSB desiste de apoiar chapa favorita
Enquete: Quem deve presidir o Senado?
Protesto contra Renan reúne mais de 160 mil assinaturas
Por cargo, PSDB evita confrontar Renan
Estimativa é que Renan obtenha entre 55 e
60 votos favoráveis à sua candidatura
Os tucanos ficaram irritados com Randolfe, que acusou o PSDB de ter feito acordo para salvar o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira em troca de apoio à candidatura de Renan.
Liderança. Para consolidar sua vitória na eleição na sexta, Renan trabalhou nos últimos dias para acabar com o racha em torno da disputa pela liderança do PMDB. O senador Romero Jucá (RR) ameaçou disputar a liderança do partido contra Eunício Oliveira (CE).
Essa divisão interna no PMDB foi encarada como um risco à sua candidatura. Afinal, o derrotado poderia se “bandear” para a candidatura alternativa ou até se abster de votar.
Eunício será ungido nesta quinta como novo líder do partido no Senado. A fim de pacificar o partido, a estratégia de Renan foi voltar atrás e concordar em dar a 2.ª Vice-Presidência do Senado para Jucá. Esse cargo já havia sido oferecido ao PTB do senador Gim Argello (DF), que abriu mão e irá ocupar a 2.ª Secretaria do Senado com João Vicente Claudino (PI).
O PTB também ganhou a presidência da Comissão de Infraestrutura, que ficará com o ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (AL).
No loteamento de cargos na Mesa empreendido por Renan coube ao PR ficar com a 3.ª Secretaria. Para o cargo, será indicado João Ribeiro (TO) ou Magno Malta (ES). O ex-governador Blairo Maggi (PR-MT), que já ganhou o troféu “motosserra” por promover desmatamento nas suas plantações de soja, será o novo presidente da Comissão de Meio Ambiente.
Prefeitura da Casa. Considerada uma espécie de prefeitura do Senado, responsável por um orçamento de R$ 3,5 bilhões para este ano, a 1.ª Secretaria deverá ficar a cargo do PSDB, provavelmente nas mãos do senador Flexa Ribeiro (PA).
O cargo poderá, no entanto, ser disputado por um candidato “alternativo”, caso os tucanos decidam fechar questão contra a eleição de Renan.
O argumento é que se os tucanos não respeitarem a proporcionalidade para a presidência do Senado também não é preciso respeitar a mesma regra para preencher a 1.ª Secretaria. Daí a dificuldade do partido de fechar questão contra a candidatura de Renan, mesmo depois de o senador e presidenciável Aécio Neves (MG) ter ido a público pedir a renúncia do peemedebista.
Aécio. O tucano defendeu a manutenção do critério da proporcionalidade nos cargos da Mesa Diretora - ou seja, a presidência cabe ao PMDB que, provavelmente, indicará nesta quinta Renan para comandar o Senado pelos próximos dois anos.
Com uma bancada de 11 senadores, atrás do PMDB e do PT, os tucanos têm regimentalmente o direito de ocupar a 1.ª Secretaria do Senado. Já o PT, segundo maior partido do Senado, ficará com a 1.ª Vice-Presidência a cargo do petista Jorge Viana (AC). O PT garantiu apoio integral à eleição de Renan Calheiros para evitar confrontos com o PMDB.
Comentários
Postar um comentário