China ameaça cortar ajuda se Coreia do Norte fizer teste nuclear
Jornal ligado ao PC chinês afirma que Pequim não hesitará caso haja novo teste. Advertência ocorre em meio a ameaça norte-coreana à Coreia do Sul
Norte-coreanas aguardam
distribuição de comida em Pyongyang
A Coreia do Norte ameaçou nesta sexta-feira tomar
medidas "físicas" contra a Coreia do Sul caso o governo de Seul participe da
ampliação das sanções impostas pela Organização das
Nações Unidas (ONU) ao governo de Pyongyang, mas ouviu uma ameaça maior e mais
inesperada de seu único grande aliado, a China. Em editorial intitulado "Nem
todas as questões da península (coreana) são problemas da China", o jornal
Global Times – controlado pelo Diário do Povo, órgão oficial
do Partido Comunista – afirma que o governo chinês "não hesitará" em reduzir sua
ajuda à Coreia do Norte caso o governo do ditador Kim Jong-un realize novos
testes nucleares, ameaça feita esta semana.
"Se a Coreia do Norte se envolver em mais testes
nucleares, a China não hesitará em reduzir apoio à Coreia do Norte", diz o texto
do Global Times, em referência ao plano divulgado por Pyongyang
de realizar novos testes nucleares tendo como alvo os Estados
Unidos, "inimigo jurado" do país segundo comunicado oficial
publicado nesta quinta-feira.
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O texto do jornal chinês também manifesta
descontentamento com a crítica norte-coreana sobre o apoio de Pequim à resolução
do Conselho de Segurança da ONU que condenou o lançamento do foguete de
Pyongyang no mês passado. A medida impôs mais sanções à Coreia do Norte, que na
declaração de ameaça aos EUA também fez uma crítica velada ao
governo chinês, insinuando que este estava sob "influência" dos americanos.
"Os grandes países, que são obrigadas a assumir a liderança na construção
de uma ordem mundial justa, estão abandonando sem hesitação até mesmo princípios
elementares sob a influência de práticas arbitrárias e arrogantes dos Estados
Unidos", declarou o governo norte-coreano.
Cutela – Nesta quinta-, após
Pyongyang aumentar o tom contra Washington, China já havia pedido cautela ao regime comunista da península coreana. O
porta-voz do Ministério de Relações Exteriores chinês Hong Lei, que fez a
declaração, também lançou um apelo à "parte concernente" para que não tome
nenhuma medida que aumente as tensões
Mesmo assim, Pyongyang divulgou nova ameaça nesta sexta-feira, desta vez ao
vizinho do sul: "Se o regime fantoche da Coreia do Sul participar diretamente
das sanções da ONU, fortes reações físicas serão tomadas", disse o Comitê de
Reunificação Pacífica da Pátria.
A expectativa agora é para a reação norte-coreana diante do surpreendente e inesperado posicionamento da China. A potência comunista é o maior fornecedor de energia e principal parceiro comercial da Coreia do Norte, além de ser o principal fornecedor de ajuda humanitária em forma de comida e medicamentos – arruinada por décadas de ditadura, a economia norte-coreana não é capaz de suprir nem mesmo as necessidades básicas da população. Além disso, o governo de Pequim é visto como uma das poucas nações capazes de influenciar o comportamento de Pyongyang.
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