Pular para o conteúdo principal

Países concordam em doar mais de US$1,5 bi em ajuda para sírios, diz ONU


Ban Ki-moon adverte que o conflito sírio acarretou uma crise humanitária catastrófica



KUWEIT - Países doadores prometeram mais de US$ 1,5 bilhão em ajuda para sírios assolados pela guerra civil, disse nesta quarta-feira, 30, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, depois de advertir que o conflito tinha acarretado uma crise humanitária catastrófica.
Ban Ki-moon pede fim do conflito na Síria - Stephanie McGehee/Reuters
 
Ban Ki-moon pede fim do conflito na Síria

Em uma mensagem incisiva para o líder da Síria, Ban disse em uma conferência de levantamento de fundos que o presidente sírio, Bashar Assad, tinha a responsabilidade primordial de parar o sofrimento de seu país depois de quase dois anos de conflito que já custou cerca de 60 mil vidas.
"Todos os dias os sírios enfrentam horrores implacáveis", disse Ban na reunião no Kuweit, acrescentando que incluíam violência sexual e assassinatos arbitrários. Sessenta e cinco pessoas foram executadas em Alepo na terça-feira, disseram ativistas da oposição.
"Não podemos continuar assim. Ele deveria ouvir as vozes e gritos de tantas pessoas", disse Ban. "Faço um apelo a todos os lados e, principalmente, ao governo sírio para acabar com a matança...em nome da humanidade, parem a matança, parem a violência."
Ban disse que a conferência de um dia tinha excedido a meta de US$ 1,5 bilhão em garantias. Cerca de US$ 1 bilhão está destinado para bairros da Síria que abrigam refugiados e US$ 500 milhões para ajuda humanitária aos sírios desalojados dentro do país.
Os US$ 500 milhões seriam canalizados através de agências parceiras da Organização das Nações Unidas (ONU) na Síria e a promessa total de ajuda iria cobrir os próximos seis meses, disse Ban.
Mas na capital síria Damasco o baque da artilharia afogava qualquer otimismo nas ruas. Questionados sobre as promessas de ajuda, os moradores da capital mostravam desinteresse ou desespero. "Para onde o dinheiro vai? Como alguém sabe para onde ele vai? Tudo parece conversa", disse Faten, uma avó de uma família de classe média na capital.
Outra moradora de classe média, uma mulher com cerca de 70 anos que pediu para não ser identificada, disse que o dinheiro não chegaria aos sírios. "Amanhã todo esse dinheiro será roubado. (Os mediadores) roubam tudo. Se pudessem roubar as almas das pessoas, eles roubariam. Eu não contaria com esse dinheiro", ela disse.
Os Estados ricos em petróleo do Golfo árabe Kuweit, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos prometeram, cada um, US$ 300 milhões. Seus 60 participantes incluíram Líbano, Jordânia, Irã, Tunísia, Estados Unidos, Canadá, Rússia, China, Japão, Coreia do Sul, Turquia e vários países europeus.
Mas grupos humanitários dizem que converter promessas em dinheiro vivo pode levar muito tempo e um deles disse na terça-feira que a ajuda que chegava agora à Síria não estava sendo distribuída de maneira justa, com praticamente tudo indo para áreas controladas pelo governo.
Ban afirmou que ainda havia muito mais a se fazer para lidar com a emergência humanitária na Síria. "A situação na Síria é catastrófica e piora a cada dia."
Quatro milhões de sírios dentro do país precisam de comida, abrigo e outro tipo de ajuda no meio de um inverno duro e mais de 700 mil tiveram que fugir para países vizinhos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular