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Obama promete enviar reforma de imigração se Congresso não agir


Presidente indica que pode partir para queda-de-braço para legalizar os 11 milhões de imigrantes ilegais nos EUA.

 

 

Presidente americano, Barack Obama, prometeu nesta terça-feira enviar ao Congresso um projeto de lei de reforma das legislação de imigração do país, se os parlamentares tardarem em levar a votação propostas de sua própria autoria.



Falando sobre o tema na escola Del Sol, em Las Vegas, o presidente disse acreditar que a sociedade americana chegou a um momento em que "a reforma migratória está ao nosso alcance", e pediu que todos os "interessados" contribuam com o debate público para enriquecer a discussão.

Entretanto, advertiu, o tema "vem sendo discutido há muito tempo" e "o processo (de chegar a uma reforma) está em marcha".

"Se o Congresso não agir, vou enviar uma lei com as minhas propostas e insistir para que (os parlamentares) votem imediatamente."

O tom enfático levou o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, a reagir, pedindo ao presidente que não "atrapalhe o difícil trabalho" que os parlamentares têm diante de si.

Na semana em que o tema da reforma migratória voltou à tona com força, o discurso de Obama era esperado, e o presidente encheu cerca de 25 minutos com palavras e um tom inspirados.

O democrata reforçou a percepção de que pretende usar seu capital político e, se for o caso, partir para a queda-de-braço para resolver a situação dos mais de 11 milhões de imigrantes ilegais que, estima-se, vivem atualmente nos EUA.

Obama enfatizou a sua posição a favor de uma reforma migratória que abra caminho para a legalização de todos os imigrantes que vivem ilegalmente no país, ainda que isto implique que os indocumentados entrem no "fim da fila" na hora de requerer a cidadania.

"Para (a reforma) funcionar, precisa estar claro desde o início que existe um caminho claro para alcançar a cidadania", defendeu. "Não será um processo rápido, mas será justo."

Proposta

O discurso vem um dia depois de um grupo de senadores dos partidos democrata e republicano divulgarem em Washington um rascunho para servir de base para a reforma.

As linhas gerais do projeto dos parlamentares - de estabelecer um caminho para a legalização dos indocumentados desde que antes se reforcem as fronteiras e a fiscalização interna - "se alinham bastante com os princípios que propus e defendi em campanha nos últimos anos", disse Obama.

No entanto, o presidente argumentou que seu governo já estabeleceu o maior programa de fortalecimento das fronteiras americanas da história.

"Estou aqui hoje porque chegou a hora de uma reforma migratória abrangente e de bom senso", discursou Obama para os estudantes, que o aplaudiram diversas vezes, enquanto o presidente repetia: "Esta é a hora".

Três pilares baseiam o ideal de reforma de imigração da Casa Branca: o reforço das fronteiras e o cumprimento das leis de imigração internas; um caminho para a legalização dos indocumentados que já vivem no país; e uma reforma dos critérios de imigração para que o país continue atraindo mão-de-obra talentosa no futuro.

O presidente indicou que concorda com leis mais rigorosas, que dificultem a contratação de trabalhadores indocumentados, de mãos dadas com a simplificação dos mecanismos para verificar o status legal de empregados em potencial.

No entanto, acredita, "o nosso sistema está contendo, em vez de fortalecendo a nossa economia".

"Não é assim que criamos indústrias na América: é assim que damos indústrias de presente para os nossos concorrentes."

Dificuldades

Apesar do empurrão, tanto a Casa Branca quanto os parlamentares sabem das dificuldades que um projeto de lei sobre o tema enfrentará antes de ser aprovado nas duas casas e finalmente sancionado por Obama.

Na segunda-feira, grupos antiimigração qualificaram de "anistia disfarçada" a proposta do grupo bipartidário de senadores.

O temor dos deputados republicanos é ser derrotado por seus próprios colegas de partido mais à direita no tema, nas próximas eleições, em dois anos.

A avaliação dos analistas é que o projeto de reforma migratória poderia passar mais facil no Senado, controlado pelos democratas, mas enfrentaria problemas ao tramitar na Câmara.

Nesta terça-feira, após o discurso de Obama, o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, emitiu uma nota jogando um balde de água nas palavras do presidente.

"Existem muitas ideias sobre como melhor consertar o nosso sistema de imigração quebrado", afirmou Boehner.

"Qualquer solução precisa ser bipartidária, e esperamos que o presidente tome o cuidado de não arrastar o debate para a esquerda e acabar atrapalhando a tarefa difícil que está diante da Câmara e do Senado."

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