Blogueira Yoani Sánchez obtém passaporte e pode viajar

Nova lei permitiu benefício a opositora do regime, que festejou no Twitter

A blogueira cubana Yoani Sánchez                                     

A blogueira dissidente cubana Yoani Sánchez afirmou, na quarta-feira, que recebeu seu passaporte atualizado para viajar ao exterior, depois da aprovação da lei migratória em Cuba. As novas regras flexibilizam as saídas e entradas de seus cidadãos, após décadas de restrições.
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Yoani, de 37 anos, é autora do blog Generación Y (www.desdecuba.com/generaciony) e uma das vozes mais críticas dentro da blogosfera cubana. Após ter tido negada diversas vezes a permissão para sair do país, ela suspeitava que, mais uma vez, teria esse direito rejeitado. Isso porque a nova lei não se aplica a quem tem pendências na Justiça e "quando razões de defesa e segurança nacional assim o justificarem" - o que poderia limitar a saída da maioria dos opositores do regime.
"Incrível!! Me ligaram em casa para me dizer que já estava pronto meu passaporte! Acabam de me entregar! :-)", escreveu Yoani em seu Twitter, @yoanisanchez.
Lamento - "Aqui está, agora falta poder embarcar nesse avião", acrescentou Yoani. "Estou feliz e triste: por um lado já tenho meu documento para viajar, nas vários amigos como @JAngelMoya não terão permissão :-S", escreveu. A bloqueira refere-se ao cubano Angel Moya, um dos 75 opositores condenados a 20 anos de prisão em março de 2003 e que recebeu liberdade condicional em 2011, nas não pode viajar ao exterior até que cumpra sua sentença.
A lei, publicada no dia 16 de outubro no Diário Oficial e que entrou em vigor no dia 14 de janeiro, estabelece que todos os cubanos podem viajar para fora do país se tiverem um passaporte válido, já que deixaram de ser necessários o visto de saída ou "cartão branco" e a carta-convite de alguém no exterior.

O passaporte cubano, exigido para as viagens internacionais, é válido por dois anos e prorrogável pelo mesmo período com uma vigência total de seis anos.

Exceções - A nova legislação era uma das mais esperadas na ilha. No entanto, a chamada "atualização da política migratória" limita a saída de médicos, atletas de alto rendimento, militares e cientistas, em uma tentativa de evitar o chamado "roubo de cérebros"..