Pular para o conteúdo principal

Vargas Llosa qualifica chavismo de ‘catástrofe’

Em Caracas, escritor peruano mostra ceticismo em relação a diálogo entre governo e oposição e critica política econômica do governo

 
 
CARACAS - Ao mesmo tempo em que o governo e a oposição da Venezuela abriam a terceira rodada de um diálogo de conciliação, o Nobel de Literatura peruano, Mario Vargas Llosa, declarou na quinta-feira, 24, em Caracas, que a negociação deve ser "autêntica" e buscar a pacificação da sociedade venezuelana.
Vargas Llosa pede pacificação da sociedade - Miguel Gutiérrez/EFE
EFE
Vargas Llosa pede pacificação da sociedade
Convidado para um fórum sobre liberdade econômica, Vargas Llosa criticou a possibilidade de as reuniões serem um pretexto para que o governo ganhe tempo ante os protestos que, desde fevereiro, deixaram 41 mortos.
"O diálogo deve buscar fórmulas para pacificar o país. Mas eu só acredito que isso seja possível por meio da correção de medidas básicas para evitar, por exemplo, a escassez", afirmou Vargas Llosa.
O escritor peruano disse também que os venezuelanos se equivocaram, 15 anos atrás, ao apoiar Hugo Chávez e seu "modelo fracassado" que criou uma "catástrofe econômica" no país. Crítico dos governos de esquerda na América Latina, Vargas Llosa afirmou, porém, que suas declarações políticas não têm a intenção de serem provocadoras.
"Estão causando enorme dano a um país que eu gosto muito. Não venho provocar a Venezuela. Eu tenho muita pena que aqui não seja o país mais rico da América Latina e não tenha os níveis de vida da Suíça ou da Suécia", declarou o escritor peruano.
Diálogo
Nesta quinta, governo e oposição decidiram criar grupos de trabalho para avançar na agenda de paz e superar a crise política. Durante a terceira reunião entre as partes, em Caracas, os temas de pelo menos duas comissões foram definidos: uma possível anistia para os envolvidos nas situações de violência e uma comissão da verdade para investigar denúncias de tortura.
O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela emitiu também sentença determinando que o direito de manifestação, previsto na Constituição venezuelana, "não é absoluto".
A decisão foi tomada por unanimidade e ocorre às vésperas de uma passeata de estudantes marcada para amanhã em Caracas. Os líderes estudantis prometeram marchar pelas ruas do centro da capital mesmo que o prefeito Jorge Rodríguez não dê autorização. / AFP e AP


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.