Infação dipara na Venezuela e atinge quase 60% ao ano
A inflação oficial venezuelana somou 59,3% nos últimos doze meses, após a alta de 4,1% registrada apenas no mês de março, informa nesta quinta-feira o Banco Central da Venezuela (BCV), admitindo que a tendência de elevação deve persistir em abril. Subordinado ao presidente Nicolás Maduro, o BCV culpa os protestos contra o governo pela alta dos preços e endossa o termo “guerra econômica” para justificar uma política que agoniza com a inépcia das pessoas que comandam o país. O relatório do BCV inverte a lógica dos fatos, pois a escalada da inflação foi justamente um dos motivos que influenciaram os protestos.
"Observamos uma alta do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 4,1% em março, com séria tendência a continuar impactando os resultados de abril", revelou o BCV em sua página na internet. Segundo o BCV, a inflação foi puxada pelos preços de "alimentos e bebidas, que variaram 6,1%" em março, contra 1,7% em fevereiro." O relatório atribui a alta dos preços aos protestos e piquetes contra o governo que sacodem a Venezuela há mais de dois meses, o que teria afetado a produtividade e a distribuição dos produtos pelo território nacional. De acordo com o BCV, os protestos constituem "uma nova onda concreta de guerra econômica" contra o governo do presidente Nicolas Maduro.
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A inflação e o desabastecimento de produtos como leite, café, açúcar, desodorantes e até papel higiênico foram dois dos estopins dos protestos contra o governo, que já deixaram 41 mortos, centenas de feridos e de detidos. Na quarta-feira, Maduro anunciou uma nova inspeção a estabelecimentos comerciais do país. O objetivo da ação é verificar se as margens de lucro definidas e os "preços justos" são respeitados – segundo a lógica de Maduro, a inflação e o desabastecimento do país são culpa de uma “guerra econômica”, e não de suas medidas desastradas na condução das finanças venezuelanas.
Supremo legitima repressão – Em outra ação que indica a interferência de Maduro nos demais poderes do país, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, a mais alta corte do país, determinou na noite de quinta-feira que o direito dos cidadãos de se juntarem em protestos pacíficos "não é absoluto", além de afirmar que a polícia pode ser acionada para dispersar manifestantes que não pedirem autorização para fazer marchas e manifestações.
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A decisão da Corte – que durante o período chavista sofreu uma profunda interferência do governo e desde então adotou uma postura de subserviência diante do Executivo – ocorreu após o pedido de um prefeito chavista, Gerardo Sánchez, que comanda a cidade de Guacara. Ele pediu que os juízes analisassem o alcance do artigo 68 da Constituição do país, que garante aos cidadãos "o direito de se manifestar pacificamente e sem armas".
Só que em vez de defender o artigo, a turma de sete juízes da Câmara Constitucional do tribunal acabou afirmando que todos os cidadãos e organizações políticas têm que informar as autoridades locais e pedir autorização para a realização de protestos pacíficos.
(Com agência France-Presse)
Fortemente influenciado pela administração chavista, Banco Central do país culpou os protestos pela alta dos preços dos bens de consumo
"Observamos uma alta do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 4,1% em março, com séria tendência a continuar impactando os resultados de abril", revelou o BCV em sua página na internet. Segundo o BCV, a inflação foi puxada pelos preços de "alimentos e bebidas, que variaram 6,1%" em março, contra 1,7% em fevereiro." O relatório atribui a alta dos preços aos protestos e piquetes contra o governo que sacodem a Venezuela há mais de dois meses, o que teria afetado a produtividade e a distribuição dos produtos pelo território nacional. De acordo com o BCV, os protestos constituem "uma nova onda concreta de guerra econômica" contra o governo do presidente Nicolas Maduro.
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Supremo legitima repressão – Em outra ação que indica a interferência de Maduro nos demais poderes do país, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, a mais alta corte do país, determinou na noite de quinta-feira que o direito dos cidadãos de se juntarem em protestos pacíficos "não é absoluto", além de afirmar que a polícia pode ser acionada para dispersar manifestantes que não pedirem autorização para fazer marchas e manifestações.
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Só que em vez de defender o artigo, a turma de sete juízes da Câmara Constitucional do tribunal acabou afirmando que todos os cidadãos e organizações políticas têm que informar as autoridades locais e pedir autorização para a realização de protestos pacíficos.
(Com agência France-Presse)
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