Pular para o conteúdo principal

O petista Gabrielli, o Rei Sol da Petrobras, omitiu do conselho que belgas queriam recomprar a metade de Pasadena que haviam vendido à estatal brasileira

José Sérgio Gabrielli, o Luís 14 da Petrobras
José Sérgio Gabrielli, o Luís 14 da Petrobras, consultava o conselho só quando achava conveniente…
Ora, vejam!!! A Astra Oil, que vendeu a refinaria de Pasadena para a Petrobras, queria recomprar os 50% da estrovenga em 2007, mas a empresa brasileira se negou a vender!
É o que informa reportagem de Samantha Lima e Fábio Brisolla na Folha nesta terça. Isso significa o seguinte: a direção da Petrobras perseguiu aquele prejuízo bilionário com determinação, com energia, com afinco.
Só para lembrar: em 2006, a estatal  comprou 50% da refinaria por US$ 360 milhões, incluindo estoques de petróleo. Em 2007, em razão da divergência entre os sócios — a Astra Oil acusava, por exemplo, a Petrobras de ser gastona, de ser perdulária —, a empresa belga falou com o então presidente da empresa brasileira, José Sérgio Gabrielli, e propôs recomprar de volta aquela metade, desfazendo o negócio. Os dois grupos divergiam também sobre o futuro da refinaria. Para dobrar a capacidade de refino, a Petrobras achava necessário investir US$ 2,5 bilhões, valor que os belgas consideraram excessivo.
Gabrielli não quis nem saber: recusou a proposta. Como é que se sabe disso agora? A Folha teve acesso a depoimentos de diretores da empresa belga à Comissão Americana de Arbitragem, que acabou impondo à Petrobras a compra da outra metade da refinaria.
Atenção! Segundo os diretores da Astra, a proposta foi feita a Gabrielli duas vezes: em agosto e em setembro de 2007. Ele respondeu que se faria o contrário: a Petrobras é que ofereceria uma proposta de compra. E o resto vocês já sabem.
Atenção para o que me parece mais escandaloso nesse troço todo: se a compra de Pasadena foi submetida, sim, ao conselho — sem as duas cláusulas que geraram polêmica —, a proposta de venda, no entanto, foi omitida. Vale dizer: quando os conselheiros foram convidados a avaliar a compra também da segunda metade — o que recusaram —, eles não sabiam que o grupo belga tinha se oferecido para desfazer o negócio.
Parece que Gabrielli e o grupo de diretores comandavam a empresa num regime de monarquia absolutista. Não só foram omitidas as duas cláusulas — a “put option”, que impunha a compra dos outros 50% da reinaria em caso de desentendimento entre os sócios, e a “Marlim”, que garantia aos belgas uma rentabilidade de 6,9% ao ano — como também a proposta feita de recompra.
Sabem o que isso significa na prática? Que a direção da Petrobras manipulava o conselho para coonestar as suas escolhas, sem lhe dar condições adequadas de decidir. “Ah, então Dilma sai bonita dessa história, né, Reinaldo? Foi enganada mesmo?” Uma ova! Não sai bonita, não! A questão, insisto nisto desde o primeiro dia, é saber o que ela fez quando ficou evidente o mau negócio. Que se saiba, nada! E ainda presentou Nestor Serveró, que ela acusou de ser responsável pelas omissões, com um cargo na direção da BR Distribuidora.
De resto, jogar a culpa toda nas costas do ex-diretor é fácil. Por que Dilma se cala sobre o petista graúdo José Sérgio Gabrielli? De verdade, quem escondeu os fatos do conselho foi ele — o mesmo Gabrielli que acusou Dilma, em entrevista ao Estadão, de ter tentado tirar o corpo fora.
Agora está claro: a Petrobras poderia ter se livrado de um espeto de quase US$ 1,3 bilhão. Mas Gabrielli não quis nem saber. Atuou para conquistar essa marca. E ainda sai por aí expelindo regras.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Agência Brasil Augusto Aras reitera que seu compromisso é com a atuação na chefia do Ministério Público Federal Aras afirma desconforto com especulação sobre vaga no STF BRASIL O procurador-geral da República, Augusto Aras, em nota, manifesta seu desconforto com a veiculação reiterada de seu nome para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Conquanto seja uma honra ser membro dessa excelsa Corte, o PGR sente-se realizado em ter atingido o ápice de sua instituição, que também exerce importante posição na estrutura do Estado. Segundo Aras, ao aceitar a nomeação para a chefia da Procuradoria-Geral da República, não teve outro propósito senão o de melhor servir à Pátria, inovar e ampliar a proteção do Ministério Público Federal e oferecer combate intransigente ao crime organizado e a atos de improbidade que causam desumana e injusta miséria ao nosso povo. O PGR considerar-se-á realizado se chegar ao final do seu mandato tão somente cônscio de haver cumprido o se...