Otan enviará mais tropas aos países membros da aliança
As novas medidas militares foram aprovadas após um encontro na Bélgica para discutir a considerável escalada de tensão nas cidades ao leste da Ucrânia
Soldado da Otan monta guarda na base aérea de Geilenkirchen, na Alemanha (Francois Lenoir/Reuters)
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As novas medidas militares seguem uma série de alertas emitidos pela Otan contra o avanço das tropas russas na região. A aliança acredita que Moscou deslocou 40.000 soldados para a região fronteiriça ao leste ucraniano, o que garantiria uma incursão militar no país em até cinco dias. Posteriormente, a Otan divulgou fotos de bases russas com caças e peças de artilharia, que garantiriam suporte durante uma invasão por terra. Com o aparato, os russos cumpririam seus objetivos na região em apenas doze horas. “Nossas decisões enviam uma mensagem clara que a Otan protegerá todos os seus aliados e os defenderá de qualquer ameaça imposta à sua segurança fundamental. Este é o nosso principal comprometimento”, pontuou Rasmussen.
O secretário-geral da Otan, no entanto, destacou que apoia de forma irrestrita as negociações que acontecerão nesta quinta-feira entre o secretário de estado americano, John Kerry, os chanceleres da Rússia e Ucrânia e a chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton. Embora as partes tenham se comprometido a discutir diplomaticamente a crise, os discursos adotados por todos os lados envolvidos mostram que dificilmente alguma decisão concreta será alcançada em comum acordo na cidade suíça de Genebra.
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O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que os Estados Unidos consideram “apropriada” a resposta militar ucraniana à invasão de prédios públicos por militantes pró-Moscou. A agência de notícias Associated Press reportou que Washington também cogita fornecer ajuda não letal à Ucrânia, incluindo suprimentos médicos e roupas, mas que interromperá o envio equipamentos militares ao país, como coletes à prova de bala.
De acordo com o jornal The Guardian, os Estados Unidos não hesitarão em aplicar novas sanções econômicas contra a Rússia se não houver um recuo na desafiadora postura adotada após a deposição do presidente Viktor Yanukovich e a anexação da península da Crimeia. Em resposta aos comentários de Carney, o ministério das Relações Exteriores russo emitiu uma nota alertando Washington que o “apoio irrestrito” a Kiev trará “consequências catastróficas”. Moscou destacou ainda que qualquer ofensiva de Kiev contra os militantes pró-Rússia será caracterizada como uma “guerra contra a própria população ucraniana”.
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