Pular para o conteúdo principal

Presidente do Quênia legaliza a poligamia no país

Com apoio de parlamentares do sexo masculino, a lei permite que os homens quenianos possam ter mais de uma mulher sem consultar a sua companheira

O novo presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta
O novo presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta (REUTERS)
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, sancionou nesta terça-feira a lei que legaliza a poligamia no país. Conforme o decreto aprovado, a legislação civil que permite a um homem se casar apenas com uma mulher passa a ser um direito consuetudinário, o qual se aplica de acordo com os costumes de uma determinada cultura sem estar necessariamente vinculado com a aplicação formal das leis. A medida teve amplo apoio dos políticos quenianos do sexo masculino, mas foi repudiada pelas mulheres que integram o parlamento. No último mês, as parlamentares abandonaram a sessão em que os homens votaram a favor do projeto, informou a rede britânica BBC.
Leia também: ONU questiona prisão de 4 mil pessoas em operação no Quênia
Os termos da legislação indicam que os homens quenianos poderão se casar com mais de uma mulher sem que sua atual companheira seja comunicada. As parlamentares alegam que uma decisão nesse sentido afeta a estrutura de toda a família queniana, uma vez que os aspectos financeiros e sociais deverão ser alterados para que a lei seja cumprida. A medida também foi rejeitada pelos líderes cristãos do país, que criticaram o desacordo existente entre as normas e os princípios da religião que envolvem as instituições do casamento e família.
“Se aprovada como lei, a medida denigrirá as mulheres, pois não respeita o princípio de igualdade das mulheres dentro do casamento”, disse o arcebispo Timothy Ndambuki, do Conselho Nacional de Igrejas do Quênia, antes de Kenyatta sancionar o projeto. A estruturação do casamento no Quênia vem sendo discutida há anos, sendo que diversas propostas para mudá-la foram rejeitadas logo nos comitês menores do Parlamento.
Leia mais: Nigéria aprova lei que pune casamento gay com prisão
Entre as mudanças aprovadas está a abolição dos casamentos que não eram considerados oficiais. Por não serem registrados, os matrimônios podiam ser encerrados a qualquer momento, sem que os procedimentos legais para um divórcio fossem respeitados. Os planos de banir os preços pagos pelos maridos à família das noivas, no entanto, foram rejeitados, embora uma mulher tenha de ter pelo menos 18 anos para se casar. O limite etário agora se aplica a todas as culturas do país.
Herança – Outra controversa medida aprovada pelo Parlamento está ligada à distribuição da herança deixada por um homem após sua morte. Se antes as mulheres tinham direito a somente 30% do patrimônio deixado pelo marido falecido, a nova lei determina que a herança deverá ser distribuída de forma igualitária a partir deste momento. Com a legalização da poligamia, contudo, o sistema de distribuição de herança pode se tornar caótico, já que será muito difícil determinar juridicamente a quantia que cada mulher terá direito se um homem polígamo falecer.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p