Pular para o conteúdo principal

Síria: Itamaraty faz lobby por resolução na ONU que não acuse apenas Assad por crimes


O governo brasileiro tenta amenizar as críticas contra o regime de Bashar Al Assad no massacre de Al Qusayr e pede mudanças na resolução que será votada hoje na ONU para que as acusações não sejam exclusivamente direcionadas ao governo. Já os representantes de Assad acusaram ontem a ONU de estar “imaginando massacres” e denunciam EUA e seus aliados por estarem organizando um “filme ficção de Hollywood” sobre o que ocorre na Síria.
Hoje, o Conselho de Direitos de Humanos da ONU se reúne em caráter de emergência para avaliar a situação na Síria e o massacre em Al Qyasayr. A reunião foi convocada pelos EUA, Turquia e Catar. Já a Rússia e China deixaram claro que o encontro era negativo e poderia atrapalhar a preparação da Conferência de Paz que deverá ocorrer também em Genebra em junho.
Governos como o do Paquistão, Cuba e China apelaram ontem para que a resolução seja mais “equiibrada” e que se condene também a ação da oposição. No texto original, não há referências aos rebeldes.
Na última reunião negociadora da resolução, assistida pelo Estado, o Brasil também pediu uma revisão do conteúdo do texto, com a meta de adotar uma resolução mais “equilibrada”. O Itamaraty não deixará de denunciar a violência e indicar que o principal responsável em proteger o cidadão deve ser o governo. Mas não aceita uma resolução que apenas trate dos crimes de um lado e considera que a aprovação desses documentos pouco serve para fazer avançar uma negociação de paz.
O governo brasileiro também já indicou que não vai aceitar que se crie a mesma situação que foi montada no caso da Líbia, justificando uma invasão.
Num dos trechos da resolução que será votada hoje, o Itamaraty pediu que governos mudem a citação ao “massacre de Al Qusayer” seja substituído por “toda a violência”.
Já em outro trecho, o esforço de não usar a resolução exclusivamente contra Assad também fica claro. No texto original, governos condenavam o envolvimento de combatentes estrangeiro “lutando pelo regime sírio”, numa referência indireta a iranianos e ao Hezbollah. Já o Brasil pediu que fosse condenado o envolvimento estrangeiro “em todos” os grupos armados.
Reino Unido, Europa e Arábia Saudita rejeitaram incluir no texto uma referência direta aos estrangeiros lutando pela oposição.
Imaginação – Durante o debate sobre a resolução, o governo sírio não poupou ataques contra a ONU. A diplomacia de Damasco condenou os três países que convocaram a reunião de estarem organizando um “filme de Hollywood”.
Os ataques também foram direcionados contra a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay. Segundo os sírios, ela “mudou de profissão e agora é se ocupa de “voyeurismo” e de “imaginar histórias com sua bola de cristal”.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.