Brasil tenta amenizar críticas ao regime sírio em massacre de Qusayr
Diplomacia brasileira pede que resolução que será votada na ONU não trate dos crimes apenas de um lado
GENEBRA - O governo brasileiro vem tentando amenizar as críticas contra o
regime de Bashar Assad no massacre de Qusayr e pede mudanças na resolução que
será votada na quarta-feira na ONU para que as acusações não sejam
exclusivamente direcionadas ao governo. Damasco acusou nesta terça-feira, 28, a
ONU de estar "imaginando massacres" e disse que os EUA estão organizando um
"filme ficção de Hollywood" sobre o que ocorre na Síria.
Os governos de Paquistão, Cuba e China apelaram para que a resolução seja mais "equilibrada" e condene também a ação da oposição. No texto original, no entanto, não há qualquer referência aos rebeldes.
Na última reunião sobre a resolução, presenciada pelo Estado, o Brasil pediu uma revisão do conteúdo do texto para adotar uma resolução mais "equilibrada". O Itamaraty não deixará de denunciar a violência e indicar que o principal responsável em proteger o cidadão deve ser o governo. No entanto, a diplomacia brasileira não aceita uma resolução que trate dos crimes apenas de um lado e considera que a aprovação do documento não ajuda a avançar na negociação de paz.
O governo brasileiro também já indicou que não aceitará que se crie a mesma situação que foi montada no caso da Líbia, justificando uma invasão. Em um dos trechos da resolução que será votada, por exemplo, o Itamaraty pediu que o termo "massacre de Qusayr" seja substituído por "toda a violência".
Em outro trecho, o esforço para não usar a resolução exclusivamente contra Assad fica claro. No texto original, os governos condenavam o envolvimento de combatentes estrangeiros "lutando pelo regime sírio", em referência aos iranianos e ao Hezbollah. O Brasil, porém, pediu que fosse condenado o envolvimento estrangeiro "em todos" os grupos armados. Europeus e sauditas rejeitaram incluir no texto uma referência direta aos estrangeiros lutando pela oposição.
Imaginação. Durante o debate sobre a resolução, o governo sírio não poupou ataques contra a ONU. Damasco acusou os três países que convocaram a reunião de estarem organizando um "filme de Hollywood". Os ataques também foram direcionados contra a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay. Segundo os sírios, ela "imagina histórias com sua bola de cristal".
Veja também:
Rússia diz que vai enviar mísseis de defesa aérea à Sìria
Três soldados libaneses são mortos perto da fronteira síria
Na quarta-feira, o Conselho de Direitos de Humanos da ONU se reúne em caráter
de emergência para avaliar a situação na Síria e o massacre em Qusayr. A reunião
foi convocada por EUA, Turquia e Catar. Rússia e China deixaram claro que não
viam a reunião com bons olhos e poderiam atrapalhar a preparação da conferência
de paz que deverá ocorrer em Genebra, em junho. Rússia diz que vai enviar mísseis de defesa aérea à Sìria
Três soldados libaneses são mortos perto da fronteira síria
Os governos de Paquistão, Cuba e China apelaram para que a resolução seja mais "equilibrada" e condene também a ação da oposição. No texto original, no entanto, não há qualquer referência aos rebeldes.
Na última reunião sobre a resolução, presenciada pelo Estado, o Brasil pediu uma revisão do conteúdo do texto para adotar uma resolução mais "equilibrada". O Itamaraty não deixará de denunciar a violência e indicar que o principal responsável em proteger o cidadão deve ser o governo. No entanto, a diplomacia brasileira não aceita uma resolução que trate dos crimes apenas de um lado e considera que a aprovação do documento não ajuda a avançar na negociação de paz.
O governo brasileiro também já indicou que não aceitará que se crie a mesma situação que foi montada no caso da Líbia, justificando uma invasão. Em um dos trechos da resolução que será votada, por exemplo, o Itamaraty pediu que o termo "massacre de Qusayr" seja substituído por "toda a violência".
Em outro trecho, o esforço para não usar a resolução exclusivamente contra Assad fica claro. No texto original, os governos condenavam o envolvimento de combatentes estrangeiros "lutando pelo regime sírio", em referência aos iranianos e ao Hezbollah. O Brasil, porém, pediu que fosse condenado o envolvimento estrangeiro "em todos" os grupos armados. Europeus e sauditas rejeitaram incluir no texto uma referência direta aos estrangeiros lutando pela oposição.
Imaginação. Durante o debate sobre a resolução, o governo sírio não poupou ataques contra a ONU. Damasco acusou os três países que convocaram a reunião de estarem organizando um "filme de Hollywood". Os ataques também foram direcionados contra a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay. Segundo os sírios, ela "imagina histórias com sua bola de cristal".
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