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Jornalista é demitido de TV depois de dar espaço a Capriles


Globovisión - último canal privado crítico ao governo, que foi vendido há duas semanas - dispensou apresentador que transmitiu discurso de opositor


Fachada do canal privado de televisão Globovisión, da Venezuela, que foi vendido em maio
Fachada do canal privado de televisão Globovisión, da Venezuela, que foi vendido em maio

Há seis anos, o caudilho Hugo Chávez dava um importante passo em seu projeto de submeter a imprensa a seus caprichos, ao não renovar a concessão do maior canal de televisão da Venezuela, a RCTV. Outras TVs também tiveram de aderir ao seu projeto político, por medo ou conveniência. O último a resistir às investidas do oficialismo e manter uma postura crítica ao governo acabou sucumbindo diante da pressão chavista e do combalido mercado de anunciantes do país. Inviável economicamente, a Globovisión, no ar desde 1994, teve sua venda concluída depois da eleição presidencial vencida pelo herdeiro político de Chávez, Nicolás Maduro, e as mudanças na linha editorial já começaram.


Neste fim de semana, o jornalista Francisco Bautista foi demitido depois de transmitir em seu programa trechos de um discurso do opositor Henrique Capriles, que perdeu a disputa eleitoral por menos de 300.000 votos e ainda contesta o resultado das urnas. Antes da venda, a Globovisión transmitia ao vivo os atos de Capriles, que é governador do estado de Miranda. Pelo Twitter, o opositor se solidarizou com os jornalistas do canal e fez acusações contra os novos proprietários. “O país tem que se perguntar quem são so novos donos da Globovisión e como conseguiram que a Conatel lhes desse autorização”, disse, referindo-se à Comissão Nacional de Telecomunicações. “Vocês acreditam que o governo autorizou a venda da Globovisión para que tenhamos informação livre?”, acrescentou.


Nesta segunda, Bautista comentou sua demissão e disse que o canal é “inviável” sob a linha editorial defendida pelos novos donos. “Querem fazer da Globovisión uma TV neutra. Esse canal é inviável, porque a audiência não vai permitir que a tendência seja alterada. A nova direção acha que deve colocar o canal mais no centro, negando a voz a um setor”. Ele também afirmou, em entrevista a uma emissora colombiana, que um grupo de jornalistas da Globovisión pretende criar uma publicação semanal e um canal de TV pela internet para ocupar o espaço deixado em aberto pelas mudanças na linha editorial da rede.

Bautista não foi o único a ter de deixar a Globovisión. O deputado opositor Ismael García, que tinha um programa na emissora, foi dispensado depois de divulgar a gravação de uma conversa telefônica entre um apresentador de TV da Venezuela e um alto funcionário do serviço secreto cubano, revelando um plano contra Maduro, que seria coordenado pelo chefe da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.

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