Copom eleva o juro em 0,50 ponto porcentual, para 8% ao ano
Em decisão unânime, BC diz que alta da Selic contribui para colocar a inflação em declínio e assegurar essa tendência no próximo ano
BRASÍLIA - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central intensificou o ritmo de aumento da taxa básica de juros, a Selic, apesar do crescimento de apenas 0,6% da economia no primeiro trimestre. O BC optou, por unanimidade, em elevar a Selic em 0,5 ponto porcentual, para 8% ao ano. A decisão, que foi a segunda alta seguida, reflete a preocupação da autoridade com a inflação.
"O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano", diz o BC no comunicado em que justifica a decisão.
Nos últimos meses, a inflação voltou às discussões ao rondaro teto da meta do governo, de 6,5%. Parte dela é sazonal e está relacionada com a produção de alimentos e, por isso, os analistas preveem que os preços deverão desacelerar até o fim do ano.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse aumento da inflação já está provocando a corrosão da massa salarial - a soma total dos salários recebidos pelos brasileiros ocupados -, o que explica a estagnação em 0,1% no consumo em comparação ao trimestre anterior.
Mas outra parte da inflação está relacionada ao desequilíbrio entre a oferta e o crescimento da demanda dos consumidores e, nesse ponto, a ação do BC tem impacto limitado. Segundo analistas, o crescimento da renda dos brasileiros nos últimos anos aumentou a demanda por produtos e serviços, mas o nível de investimento e de produção não acompanhou esse ritmo, o que explica esse aumento persistente de preços.
Mercado dividido. As recentes declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, dividiram os analistas do mercado financeiro quanto a uma alta de 0,25 ou 0,50 ponto no encontro desta quarta e não havia um consenso. Tombini afirmou em mais de uma ocasião que a autoridade monetária agirá com a devida "tempestividade" para que os preços continuem recuando no País.
Após a elevação desta quarta, o Brasil juntou-se a Gâmbia, Gana e Egito no grupo de países que mais aumentaram os juros no mundo em 2013. Os três países africanos sofrem com inflação alta e caminham na direção contrária da maioria das nações desenvolvidas e emergentes, nas quais os índices de preços estão em queda, levando as autoridades monetárias a baixar os juros ou injetar estímulos à economia quando não há mais espaço para cortar as taxas.
Desde o início do ano, de um total de 90 bancos centrais pesquisados pelo Central Bank News, site especializado em política monetária, 27 reduziram as taxas básicas de juros e apenas cinco - Brasil, Tunísia, Gana, Gâmbia e Egito - elevaram. Dos restantes 58 bancos centrais que mantiveram o custo do dinheiro inalterado neste ano, 8 já começaram 2013 com juros entre 0 e 0,5%, ou seja, sem muito espaço para reduzi-los
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Nos últimos meses, a inflação voltou às discussões ao rondaro teto da meta do governo, de 6,5%. Parte dela é sazonal e está relacionada com a produção de alimentos e, por isso, os analistas preveem que os preços deverão desacelerar até o fim do ano.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse aumento da inflação já está provocando a corrosão da massa salarial - a soma total dos salários recebidos pelos brasileiros ocupados -, o que explica a estagnação em 0,1% no consumo em comparação ao trimestre anterior.
Mas outra parte da inflação está relacionada ao desequilíbrio entre a oferta e o crescimento da demanda dos consumidores e, nesse ponto, a ação do BC tem impacto limitado. Segundo analistas, o crescimento da renda dos brasileiros nos últimos anos aumentou a demanda por produtos e serviços, mas o nível de investimento e de produção não acompanhou esse ritmo, o que explica esse aumento persistente de preços.
Mercado dividido. As recentes declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, dividiram os analistas do mercado financeiro quanto a uma alta de 0,25 ou 0,50 ponto no encontro desta quarta e não havia um consenso. Tombini afirmou em mais de uma ocasião que a autoridade monetária agirá com a devida "tempestividade" para que os preços continuem recuando no País.
Após a elevação desta quarta, o Brasil juntou-se a Gâmbia, Gana e Egito no grupo de países que mais aumentaram os juros no mundo em 2013. Os três países africanos sofrem com inflação alta e caminham na direção contrária da maioria das nações desenvolvidas e emergentes, nas quais os índices de preços estão em queda, levando as autoridades monetárias a baixar os juros ou injetar estímulos à economia quando não há mais espaço para cortar as taxas.
Desde o início do ano, de um total de 90 bancos centrais pesquisados pelo Central Bank News, site especializado em política monetária, 27 reduziram as taxas básicas de juros e apenas cinco - Brasil, Tunísia, Gana, Gâmbia e Egito - elevaram. Dos restantes 58 bancos centrais que mantiveram o custo do dinheiro inalterado neste ano, 8 já começaram 2013 com juros entre 0 e 0,5%, ou seja, sem muito espaço para reduzi-los
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