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Promotor argentino acusa Irã de enviar agentes à América Latina


Alberto Nisman diz que intenção da infiltração iraniana é 'cometer e patrocinar atentados'

 

BUENOS  AIRES - Um promotor argentino acusou nesta quarta-feira, 29, o Irã de se infiltrar em países latino-americanos para instalar bases de espionagem e redes de inteligência com a intenção de "cometer e patrocinar atentados" e prometeu compartilhar suas informações com outros países da região.

Nisman diz que Irã envia agentes à América Latina - Marcos Brindicci/Reuters
 
Nisman diz que Irã envia agentes à América Latina
Alberto Nisman, promotor que investiga o atentado de 1994 que matou 85 pessoas na sede da entidade judaica Amia, em Buenos Aires, disse em um documento oficial que "existem fortes e concordantes indícios" de infiltração iraniana em Brasil, Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Guiana, Trinidad e Tobago e Suriname.
Ele disse que a acusação se baseia parcialmente em documentos apreendidos na Guiana, em uma casa onde morava o militante islâmico Abdul Kadir, sentenciado a prisão perpétua no fim de 2010 nos EUA por sua participação em um frustrado atentado no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York. Nisman e sua equipe analisaram provas contra Kadir apresentadas à corte federal do Brooklyn durante o processo.
A Justiça argentina atribuiu o atentado da Amia a agentes iranianos e a polícia internacional (Interpol) emitiu mandados de prisão por esse caso, inclusive contra o atual ministro iraniano da Defesa, Ahmad Vahidi, apontado como coautor.
Mohsen Rezaie, ex-chefe da Guarda Revolucionária iraniana e atual candidato à Presidência do Irã, também foi alvo de um mandado de prisão. Mohsen Rabbani, ex-conselheiro cultural da embaixada do Irã em Buenos Aires na época do ataque, foi apontado pela Justiça argentina como mentor do ataque.
O promotor disse ter a convicção, "com base na profusa documentação apreendida na revista de seu domicílio na Guiana, (de que) Kadir era um discípulo de Rabbani, recebia orientações deste e levou adiante a infiltração iraniana na Guiana, cuja matriz resulta quase idêntica à estabelecida por Rabbani na Argentina". Teerã nega qualquer vinculação com o atentado.
Devido às dificuldades da Interpol para efetuar as prisões nos últimos anos, Nisman solicitou que a polícia internacional "extreme os cuidados" para isso.

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