ONU e Turquia se preparam para chegada de 500 mil refugiados sírios
População do norte da Síria foge do avanço dos jihadistas do grupo Estado Islâmico. Turquia já tem mais de 800 mil refugiados, apontam dados da ONU
Refugiados sírios fazem fila perto da fronteira com a Turquia para tentar deixar o país
A região de Kobani é composta, além do centro urbano, por 440 povoados, sendo que 105 já estão sob controle do EI, 85 apenas neste fim de semana, segundo dados da ONU. Cerca de 100 povoados foram totalmente abandonados, acrescentou o porta-voz da entidade, Rupert Colville. “Recebemos informações alarmantes do assassinato deliberado de civis, incluindo mulheres e crianças, do sequestro de centenas de curdos por parte do Estado Islâmico e da destruição e saque generalizado de infraestrutura e propriedade privada”, acrescentou.
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No entanto, centenas de milhares de habitantes ainda permanecem na região assediada pelo grupo extremista, “e vivem no terror da perseguição do Estado Islâmico contra minorias étnicas e religiosas tanto na Síria como o Iraque”. Nos últimos quatro dias, 138.000 refugiados sírios chegaram ao sul da Turquia através de nove postos de fronteira. Depois, as autoridades decidiram manter apenas dois abertos para controlar melhor a entrada de pessoas.
Oficialmente, o Acnur tem registros de 834.000 refugiados sírios na Turquia, pessoas que fugiram de seu país em três anos e meio de conflito. No entanto, as autoridades turcas estimam que o número real de sírios que entraram neste período seja de 1,5 milhão. O surpreendente e rápido avanço do EI pelo norte da Síria no fim de semana, em uma zona perto da fronteira com a Turquia, ocorreu antes da decisão dos Estados Unidos de iniciar os ataques aéreos.
Nesta terça-feira, segundo relatos de agências internacionais, havia longas filas de refugiados para entrar na Turquia por um dos dois postos de fronteira. Os refugiados devem passar por três tipos de controle. O primeiro é de segurança, para garantir que são civis. Depois, são submetidos a um exame de saúde, incluindo a vacinação de crianças contra a poliomielite e o sarampo, duas doenças que ressurgiram durante a guerra civil na Síria. A última etapa de verificação é fazer o registro dos refugiados em caminhões doados pelo Acnur, que contam com equipamentos de informática, fotografia e biometria.
(Com agências EFE e France-Presse)
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