Pular para o conteúdo principal

Dilma fala nesta terça na Cúpula do Clima em Nova York

Com aumento das taxas de desmatamento na Amazônia e das emissões dos gases do efeito estufa, o cenário que a presidente apresenta não é favorável

A presidente Dilma Rousseff durante coletiva no Palácio do Planalto
A presidente Dilma Rousseff durante coletiva no Palácio do Planalto (Reuters)
Com o aumento das taxas de desmatamento na Amazônia e das emissões brasileiras dos gases do efeito estufa, o cenário que a presidente Dilma Rousseff apresenta nesta terça-feira, na Cúpula do Clima das Nações Unidas, em Nova York, na qual vão se reunir mais de 120 líderes mundiais, não é dos mais favoráveis. Ambientalistas esperam que Dilma não só ratifique compromissos firmados pelo Brasil na última Conferência das Partes sobre o Clima (COP 15), em Copenhague, em 2009 - em especial o de reduzir as emissões -, mas também mostre como o País está se preparando para colocá-los em prática até 2020, marco estabelecido na capital dinamarquesa.
Leia também:
No Dia Mundial sem Carro, presidenciáveis fazem carreata
Na terra de Aécio, Dilma centra fogo em Marina
Aécio ao site de VEJA: 'PSDB não está na prateleira para Marina'

Em 2009, a posição brasileira era bem mais confortável, apontam as principais ONGs que acompanham a agenda climática. Ainda que não tivesse essa obrigação, por ainda estar em processo de desenvolvimento, o país se comprometeu a baixar o volume dos gases entre 36,1% e 38,9% até 2020, assumindo um papel de protagonismo entre seus pares, e a deter o desmatamento na Amazônia em até 80%, lembra Marcio Santilli, sócio-fundador do Instituto Socioambiental. Entre 2005 e 2012, as emissões caíram 36,7%. Mas a curva de lá para cá se inverteu.
"Andamos para trás. Desde 2012 estamos num processo de aumento das emissões, com o abuso das termelétricas e o crescimento do desmatamento em 29% em 2013, além do aumento da frota de automóveis, incentivado pelo governo. O fato de o Brasil estar na contramão teria que ser compensado por uma demonstração de vontade política de se reverter o quadro", acredita Santilli.
Em VEJA desta semana: Ciclofaixas, uma ideia sem marcha a ré
O encontro, para o qual foram chamados não só chefes de Estado e governo, mas também representantes de ONGs e do setor privado, foi marcado para esta terça-feira pelo fato de quarta ser a abertura da Assembleia Geral da ONU (com discurso de Dilma) - ou seja, todos os líderes já estariam em Nova York. Não haverá mesa de negociação: o foco está nos discursos políticos. A intenção da ONU é conseguir arrancar dos governantes declarações ambiciosas com meios concretos de se conter as emissões de gases do efeito estufa e, assim, evitar o aumento da temperatura no planeta em até 2ºC neste século.
Isso para que se chegue a resultados significativos nas próximas conferências do clima, em dezembro deste ano, em Lima, no Peru, e em novembro de 2015, em Paris (a COP 16), e não se repita o fiasco dos últimos encontros, frustrados pelo posicionamento conservador dos países mais ricos. Entre os temas a serem abordados, estão eficiência energética, transportes e agricultura. "A agenda é de urgência climática, e São Paulo, com a falta de água, é um exemplo claro disso. Esses encontros interseccionais são importantes porque o acúmulo de questões dificulta um avanço substancial", explicou André Nahur, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas da WWF-Brasil.
A questão eleitoral afeta a agenda brasileira. Em março de 2015, três meses depois da posse do(a) novo(a) presidente, o país terá de enviar à ONU o que pretende apresentar na COP 16. Os pontos do texto brasileiro vêm sendo discutidos com a sociedade civil, Estados, municípios e o setor privado. "O mais preocupante é a falta de planejamento. O Brasil tem que afirmar que vai fazer sua parte e quer chegar a 2030 com emissões bem menores do que as de hoje. Não pode se esconder atrás do discurso de que já fez muito. Temos 1,3 bilhão de toneladas de CO2 por ano e deveríamos baixar para algo perto de 840 milhões", aponta Carlos Rittl, secretário-geral do Observatório do Clima. Hoje, as emissões brasileiras estão entre as dez maiores do mundo.
(Com Estadão Conteúdo)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
uspeitos de envolvimento no assassinato de Marielle Franco Há indícios de que alvos comandem Escritório do Crime, braço armado da organização, especializado em assassinatos por encomenda Chico Otavio, Vera Araújo; Arthur Leal; Gustavo Goulart; Rafael Soares e Pedro Zuazo 22/01/2019 - 07:25 / Atualizado em 22/01/2019 - 09:15 O major da PM Ronald Paulo Alves Pereira (de boné e camisa branca) é preso em sua casa Foto: Gabriel Paiva / Agência O Globo Bem vindo ao Player Audima. Clique TAB para navegar entre os botões, ou aperte CONTROL PONTO para dar PLAY. CONTROL PONTO E VÍRGULA ou BARRA para avançar. CONTROL VÍRGULA para retroceder. ALT PONTO E VÍRGULA ou BARRA para acelerar a velocidade de leitura. ALT VÍRGULA para desacelerar a velocidade de leitura. Play! Ouça este conteúdo 0:00 Audima Abrir menu de opções do player Audima. PUBLICIDADE RIO — O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (M
Nos 50 anos do seu programa, Silvio Santos perde a vergonha e as calças Publicidade DO RIO Para alguém conhecido, no início da carreira, como "o peru que fala", graças à vermelhidão causada pela timidez diante do auditório, Silvio Santos passou por uma notável transformação nos 50 anos à frente do programa que leva seu nome. Hoje, está totalmente sem vergonha. Mestre do 'stand-up', Silvio Santos ri de si mesmo atrás de ibope Só nos últimos meses, perdeu as calças no ar (e deixou a cena ser exibida), constrangeu convidados com comentários irônicos e maldosos e vem falando palavrões e piadas sexuais em seu programa. Está, como se diz na gíria, "soltinho" aos 81 anos. O baú do Silvio Ver em tamanho maior » Anterior Próxima Elias - 13.jun.65/Acervo UH/Folhapress Anterior Próxima Aniversário do "Programa Silvio Santos", no ginásio do Pacaembu, em São Paulo, em junho de 1965; na época, o programa ia ao ar p