Telefónica arremata GVT por R$ 21,8 bilhões
Vivendi, dona da empresa brasileira de telecom, receberá parte do montante acordado em ações e outra fatia em dinheiro. Telefónica também repassou participação na Telecom Italia
Telefónica planeja incorporar a GVT à Vivo (AFP/)
A Telefónica planeja incorporar a GVT à Vivo, sua marca de telefonia móvel no Brasil, para criar o maior grupo de telecomunicações do país. O momento é propício: as empresas de telecomunicações buscam cada vez mais oferecer pacotes de celular e serviços de telefonia fixa, incluindo internet de banda larga e TV.
Para a Vivendi, a venda da GVT coroa uma tumultuada revisão de dois anos, em que vendeu três negócios de telecomunicações e seu braço de videogames (Activision Blizzard, dona da popular franquia de videogame "Call of Duty") para pagar dívida e se concentrar mais em mídia e conteúdo, como parte de uma estratégia defendida pelo presidente do Conselho de Administração da companhia, Vincent Bolloré.
Os analistas têm sugerido que uma parceria entre a Vivendi, que detém a operadora francesa de TV por assinatura Canal Plus, e a Mediaset Premium poderia fazer sentido.
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Sob o acordo, a Vivendi vai receber não apenas uma participação acionária de 7,4% na Telefônica Brasil (holding que abrigará Vivo e GVT), mas também 4,66 bilhões de euros (14,11 bilhões de reais) em dinheiro. A empresa francesa também tinha a opção de tomar a fatia da Telecom Italia em posse da Telefónica ou ganhar, no lugar, 4,6% adicionais da Telefônica Brasil. A Vivendi, então, optou por ficar com a fatia na Telecom Italia, que corresponde a 8,3% do capital com direito a voto (5,7% do total do capital da empresa italiana). Assim, a francesa poderá focar esforços na área de conteúdo na Itália.
A fatia da Telefônica Brasil foi avaliada em 2,02 bilhões de euros, tendo como referência a data de 18 de setembro, e as ações da Telecom Italia adquiridas pela Vivendi em 1,01 bilhão de euros.
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários, a Telefônica Brasil afirmou que poderá financiar o pagamento da parcela em dinheiro do negócio com um aumento de seu capital social, "cujos termos e condições serão oportunamente determinados pelo Conselho de Administração". A empresa estimou sinergias de pelo menos 4,7 bilhões de euros no Brasil com o negócio.
Competidores - A Telefónica é a maior acionista da Telecom Italia, mas as duas empresas estão em uma relação tensa há anos, pois também competem no Brasil. A Telecom Italia controla a TIM Participações no país. Após a venda de sua participação para a Vivendi e a conversão de um bônus em breve, a Telefónica terá terminado sua parceria de sete anos com a Telecom Italia.
(com agência Reuters)
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