Escócia rejeita independência e continua no Reino Unido
Em plebiscito histórico, população escocesa decidiu prosseguir com união de três séculos. 'Não' à separação venceu disputa por 55,3%, contra 44,7% do 'sim'
O que é o Reino Unido?
Uma das construções políticas e sociais mais bem-sucedidas da história moderna, o Reino Unido foi oficialmente criado em 1707, quando as elites da Escócia abdicaram de sua independência em meio a uma profunda crise econômica que afetou o país e uniram-se à Inglaterra e ao pequeno País de Gales, que já estava há séculos sob controle inglês. A Escócia e a Inglaterra já eram bastante ligadas antes da união oficial. As coroas, por exemplo, haviam sido unificadas um século antes. Com a união, porém, o poder ficou mais concentrado em Londres, com o Parlamento centralizando as decisões sobre os territórios. Desde o final dos anos 1990, mais poderes foram dados às nações menores, mas questões centrais do país como política externa e econômica continuam a ser decididas em Westminster.Os três países em conjunto são conhecidos como Grã-Bretanha, nome da ilha que abriga os territórios. Ao se falar em Reino Unido está se incluindo a Irlanda do Norte, que fica na ilha vizinha. Oficialmente, o nome do país é Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte. O Reino Unido também já foi maior, a partir de 1801, quando passou a incluir a Irlanda que, em 1922, deixou a união e resolveu seguir uma trajetória republicana, deixando apenas uma fatia menor, a Irlanda do Norte, no Reino Unido.
Aliviado com o resultado do plebiscito, Cameron discursou de sua residência oficial em Londres e disse estar contente com a decisão do povo escocês de manter as “quatro nações" unidas. "Agora é o momento de nosso Reino Unido se unir e seguir adiante”, disse ele, garantindo que vai cumprir as promessas de mais poderes à Escócia. Além disso, Cameron defendeu sua postura em permitir a realização do referendo depois da expressiva vitória dos nacionalistas escoceses nas eleições locais em 2011. O premiê disse que não podia bloquear a convocação da consulta porque é um "democrata" e era "correto respeitar" a vontade da população da Escócia. Cameron também admitiu que teria ficado com o “coração partido” em caso de vitória do “sim”. “Sei que este sentimento é partilhado pelas pessoas, não só de nosso país, mas também do mundo.”
Consequências – Com o resultado, o Reino Unido, que corria o risco de perder 32% do seu território, 8% da sua população e 9% do seu PIB, permanece em sua forma atual – o que não quer dizer que as coisas serão iguais daqui em diante. Na tentativa de convencer os escoceses a não optarem pela secessão, o premiê David Cameron e o Parlamento britânico acenaram com uma série de benefícios para o país, como maior autonomia e mais recursos. Com a união alcançada, é natural que a Escócia cobre pelas promessas e, além disso, que os outros membros do Reino Unido – País de Gales e Irlanda do Norte – também pleiteiem os mesmos privilégios.
/Reuters
Alívio – Em discurso em Londres, David Cameron elogiou o povo escocês e prometeu mais autonomia ao país
(Com agência EFE)
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