Ações do BB devem ser vendidas após saque do Fundo Soberano
FSB tem R$ 3,871 bi em papéis do banco estatal. Com isso, governo só conseguirá sacar o valor de R$ 3,5 bi se usar ações do banco
Saque do Fundo Soberano deve levar à venda de ações do Banco do Brasil
Ao jornal, o Tesouro Nacional informou que "os recursos do FSB poderão ser monetizados até o final do exercício. O desenho dessa monetização será divulgado oportunamente, mas não está prevista emissão de títulos públicos ou participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)".
Em Nova York, a presidente Dilma Rousseff (PT) defendeu o uso dos recursos, alegando que "o FSB foi feito para isso". "É estarrecedor que questionem a utilização do Fundo Soberano agora que o país cresce menos do que crescia quando foi formado", disse.
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Em 2012, o governo fez manobra parecida. No último dia do ano, o Tesouro Nacional fez um resgate de 8,847 bilhões de reais do Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE) – braço financeiro do FSB para o BNDES. Uma portaria do Diário Oficial da União de 31 de dezembro autorizava o resgate de títulos públicos neste valor que estavam depositados no Fundo, que é uma espécie de poupança fiscal criada em 2008 para servir de respaldo em períodos de dificuldades econômicas.
O uso de recursos do Fundo Soberano foi considerado o pontapé inicial da degringolada da credibilidade fiscal do Brasil. A alternativa foi considerada oportunista e a prova de que o Planalto havia perdido o rigor técnico.
Em novembro deste ano, após as eleições, o Tesouro fará uma nova avaliação e nada impede que uma redução na meta do superávit primário, por exemplo, torne desnecessário o saque previsto atualmente. Até julho, o governo central havia economizado 13,5 bilhões de reais. O resultado prometido para 2014 é de 80,8 bilhões de reais.
Contabilidade criativa – A triangulação financeira feita com transferência de ações de estatais pertencentes ao FSB para o BNDES (em troca de títulos públicos) foi interpretada pelos analistas com uma tentativa de criar uma peça de ficção, dando origem à expressão 'contabilidade criativa', que caracterizou desde então as manobras fiscais do governo. Lançando mão de medidas como essa, o governo passou a cumprir, apenas no papel, o superávit primário. Desta vez, contudo, não haverá desfaçatez ou triangulação. O próprio Ministério do Planejamento prevê o saque. Será, portanto, um desfalque transparente e descarado, deixando as reservas do Fundo próximas de zero
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