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Milhares seguem protestando nas ruas de Hong Kong

Manifestantes pró-democracia desafiam Pequim e continuam atos; China alertou comunidade internacional sobre interferência em 'assuntos internos'

Dezenas de milhares de pessoas participam de protesto perto da sede do governo em Hong Kong
Dezenas de milhares de pessoas participam de protesto perto da sede do governo em Hong Kong (AFP)
Dezenas de milhares de manifestantes pró-democracia seguem nas ruas de Hong Kong nesta segunda-feira, ignorando as pressões chinesas para que os protestos contra o poder central de Pequim se encerrem. No domingo, enfrentamentos entre os manifestantes e a polícia terminaram com cerca de 40 pessoas feridas e dezenas de jovens detidos, segundo a rede americana CNN. Mesmo diante da ação das tropas de segurança, que usaram bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, milhares de pessoas passaram a madrugada nas ruas e prosseguiram com os atos nesta segunda, em um desafio à China.

Caio Blinder: Um clamor por democracia made in Hong Kong

Organizados por estudantes, os protestos começaram na sexta-feira e cresceram rapidamente durante o final de semana, com a adesão de um grupo de defesa da democracia denominado Occupy Central. Segundo estimativas da imprensa local, o ato reuniu cerca de 60.000 pessoas no domingo. Os manifestantes protestam contra a decisão de Pequim de limitar as candidaturas para o governo de Hong Kong nas eleições previstas para 2017 e cobram uma reforma eleitoral. Em agosto, a China anunciou que o futuro chefe do executivo local seria eleito por sufrágio universal, mas só poderão concorrer dois ou três candidatos pré-selecionados por um comitê – apontado por Pequim.

Desde que o Reino Unido devolveu Hong Kong à China, em 1997, o território é regido pelo acordo "um país, dois sistemas", que dá maiores liberdades civis à população, entre elas a liberdade de expressão.

China – As autoridades chinesas, que já haviam manifestado repúdio aos protestos e pedido que os cidadãos de Hong Kong expressem sua insatisfação de modo “mais seguro”, nesta segunda-feira enviou um recado à comunidade internacional. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, alertou que Pequim se opõe a qualquer interferência estrangeira “nos assuntos internos da China”.

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