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EUA subestimaram Estado Islâmico, admite Obama

EI atraiu ex-membros das forças armadas do antigo governo de Saddam Hussein, o que deu sofisticação militar ao grupo, diz presidente americano

O presidente Barack Obama durante discurso na 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York
O presidente Barack Obama durante discurso na 69ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York (Reuters)
O presidente norte-americano Barack Obama disse que os serviços de inteligência dos Estados Unidos "subestimaram a ascensão do Estado Islâmico [EI]" na Síria e no Iraque e que superestimaram a capacidade dos militares iraquianos de barrar o avanço do grupo, que se beneficiou do caos político na região para se fortalecer. A declaração foi feita em entrevista ao programa 60 Minutes do canal de TV americano CBS.

A mesma avaliação já havia sido feita pelo diretor nacional de inteligência dos EUA, James Clapper. "É absolutamente verdade", enfatizou Obama. Para o presidente, o EI foi capaz de atrair ex-membros das forças armadas do antigo regime do ditador iraquiano Saddam Hussein, o que deu sofisticação militar ao grupo. "Isto tornou-se um marco zero para os jihadistas de todo mundo e deu a eles capacidade militar convencional", afirmou.

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Obama disse que os EUA e seus parceiros internacionais, principalmente no Oriente Médio, precisam "chegar a soluções políticas no Iraque e na Síria". Mas, segundo ele, o plano de curto prazo é desestabilizar o EI, indo atrás de seu comando e eliminando o fluxo internacional de combatentes.

Também em entrevista à CBS, o vice-conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Tony Blinken, declarou que os militares dos EUA continuarão os ataques aéreos contra o EI. Blinken e descartou o envio de tropas terrestres, medida sugerida pelo presidente da Câmara dos Estados, o republicano John Boehner, em entrevista ao canal de TV ABC. Até o momento, a Casa Branca e seus aliados realizaram apenas ataques aéreos contra militantes do Estado Islâmico e se preparam para treinar rebeldes sírios pró-Ocidente.

Cerca de três quartos dos eleitores norte-americanos, entretanto, não acreditam que o país não fará uso de tropas terrestres para combater o EI. Segundo uma pesquisa encomendada pelo Wall Street Journal e pela NBC News, na opinião de 72% dos entrevistados o governo dos EUA eventualmente enviará militares para lutar contra o grupo militante. A pesquisa revela ainda que 45% dos entrevistados aprovariam a decisão de enviar soldados aos países, caso os oficiais militares concluíssem que essa seria "a melhor maneira de derrotar do Estado Islâmico". Nesse cenário, 37% disseram ser contra o envio de tropas terrestres. Cerca de 16% não opinaram.​

Mortes — Pelo menos 143 combatentes do grupo jihadista EI morreram neste domingo em conflitos com as forças de segurança iraquianas em várias regiões do país. Dentre eles, 82 morreram em um confronto de várias horas nas zonas de Al Tash, Al Bu Ali e Al Yassin, ao Sul e ao Norte da cidade de Ramadi, capital da província de Al Anbar. Na mesma região, a coalizão internacional liderada pelos EUA bombardeou bases dos jihadistas perto da cidade de Al Karma, ao leste de Faluja, a 50 quilômetros ao Oeste de Bagdá, provocando a morte de outros 11 combatentes do EI.

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