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Marina apagada, Aécio no ataque e Dilma 'bolada': o debate que você não viu

Saiba como foi o debate da TV Record com os presidenciáveis

Tiro no pé – A despeito dos discursos de que o seu candidato "ganhou" o debate, integrantes das três campanhas saíram dos estúdios da TV Record com avaliações similares: a estratégia de Dilma Rousseff (PT) em tentar virar o jogo, levando a Petrobras para o centro das discussões, foi arriscada e abriu a guarda da petista – que mostrou-se visivelmente irritada durante todo o debate. “Fui o centro do debate, então nada mais justo que eu tivesse direito de responder às críticas feitas ao meu governo", disse ela.

Jogo combinado – Os petistas também se queixaram especialmente que os nanicos Pastor Everaldo (PSC) e Levy Fidelix (PRTB) atuaram sem cerimônia como linha auxiliar de Aécio Neves (PSDB). Um dos quatro pedidos de resposta que Dilma reclamou foi justamente num diálogo entre Everaldo e o candidato do Aerotrem. Aécio, aliás, chegou a brincar no final do debate quando Eduardo Jorge, do PV, previu o segundo turno entre Dilma e Marina Silva (PSB): "Eu pedi direito de resposta".

Salão – Dilma cortou o cabelo para participar do debate e voltou a usar o figurino vermelho PT. “O cabelo dela cresce horrores e as pontas estavam ressecadas, por isso parei de fazer luzes”, disse o cabeleireiro Celso Kamura.

Cola – Depois do grave erro do IBGE ao divulgar a Pnad, o marqueteiro petista João Santana tinha no seu colo papeis com números do instituto e da pesquisa.
Ânimo – Políticos e membros da campanha tucana comemoraram a performance de Aécio Neves: a avaliação foi que o desempenho na TV Record foi o melhor do candidato nos debates até agora. Para os tucanos, Aécio foi mais claro e assertivo em suas falas e ainda lucrou com a dinâmica do debate, que manteve a corrupção em tela.
Sem bateria – Já entre os "marineiros", a animação não era a mesma. Marina Silva esteve mais apagada e também deu sinais claros de cansaço com a agenda pesada de viagens e comícios.
Gogó – Marina Silva levou ao debate sua inseparável garrafa térmica com água morna, que bebericou após cada fala. Proibida de apoiar a garrafa na bancada, apoiou-a no banco disponível aos candidatos.
Reação – A direção da campanha de Marina se irritou quando Dilma lembrou que ela mudou mais de uma vez de partido. Os coordenadores planejam abordar o tema nas próximas propagandas eleitorais. “Tem que ser dito que a Dilma saiu do PDT em busca de benefícios, enquanto Marina saiu do PT no auge do partido por motivações pessoais”, disse um dirigente.
Descompasso – O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, discorda da tática da campanha de Marina nessa reta final da campanha. Com agenda prevista em Pernambuco nesta semana, ele avalia que ela deveria se concetrar em caminhadas e corpo a corpo em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Tem de apostar onde ainda dá para crescer”, disse Amaral.
Queixa – Coordenadora do plano de governo de Marina, Neca Setubal reclamou do pedido de direito de resposta de Dilma Rousseff contra a fala de Marina que citou o governo. “Não acredito”, murmurou. Dirigentes do PSB acompanharam em coro: “Não pode ser oposição, isso é uma ditadura”.
Ao pé do ouvido – Herdeira do Itaú e alvo da máquina de propaganda petista, Neca Setubal ouviu conselho do vereador tucano Andrea Matarazzo: “Deixe entrar por um ouvido e sair pelo outro, não dê bola”. Ela assentiu: “É exatamente isso que estou fazendo".

Amigos, amigos, mas eleições à parte – No final do primeiro bloco, os vices de Dilma e Marina, Michel Temer (PMDB) e Beto Albuquerque (PSB) se cumprimentaram com um abraço e trocaram sorrisos. "Respeito muito, mas não dá para desejar boa sorte...", brincou Temer com Albuquerque.
Desistir jamais – Depois de uma profusão de frases controversas – que podem lhe render problemas se o Ministério Público se manifestar – sobre o casamento gay, o nanico Levy Fidelix divertiu a plateia sem precisar evocar o folclórico aerotrem. "Não sou utópico, não vamos ganhar esta eleição. Então me coloquem como investimento para 2018", disse nas considerações finais. (Mariana Zylberkan e Talita Fernandes, de São Paulo)

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