Grupo ligado ao EI decapita refém francês na Argélia
Jihadistas divulgaram um vídeo da execução nesta quarta, depois de terem ameaçado matar Hervé Gourdel se a França não parasse com ataques ao EI
O francês Hervé Gourdel cercado por carrascos de grupo terrorista ligado ao Estado Islâmico (EI) em vídeo divulgado na internet
Em uma declaração feita pouco depois da divulgação do vídeo, o presidente Hollande confirmou a morte do francês. “Nosso compatriota Hervé Gourdel foi assassinado por um grupo terrorista, covardemente, cruelmente, odiosamente. Ele foi vítima de um crime hediondo cujos autores devem ser punidos”. O presidente enfatizou em seguida sua “determinação” em continuar a combater o terrorismo. “As operações aéreas militares continuarão pelo tempo necessário. Eu quero que todas as medidas sejam tomadas para assegurar a segurança de nossos compatriotas, na França e no mundo”.
O cidadão francês foi levado da região de Kabylie, área montanhosa distante cerca de cem quilômetros da capital Argel. O exército argelino prosseguia nesta quarta com uma operação de busca nesta zona montanhosa para tentar localizar o francês, segundo fontes dos serviços de segurança. A França só realizou oficialmente bombardeios aéreos uma vez no Iraque desde a autorização de entrada em guerra dada ao Exército pelo presidente Hollande, na semana passada. Aviões Rafale baseados nos Emirados Árabes Unidos bombardearam e destruíram uma instalação logística do grupo Estado Islâmico no norte do Iraque.
O vídeo tem 4 minutos e 46 segundos, e foi chamado pelos jihadistas de “uma mensagem de sangue para o governo francês”. As imagens mostram os extremistas em pé atrás de Gourdel, enquanto um deles lê um discurso. O francês permanece o tempo todo ajoelhado e quieto, usando trajes comuns: uma calça e uma blusa de manga comprida – diferente das vestimentas de cor laranja trajadas pelos reféns americanos e britânico que foram decapitados pelo EI. Durante todo o tempo, uma arma é apontada para o francês e, após o discurso dos terroristas, Gourdel é jogado ao chão e os jihadistas iniciam seu ataque. Em seguida, um dos carrascos segura a cabeça decepada da vítima.
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Austrália – A ameaça terrorista tem deixado em alerta autoridades em várias partes do mundo. A polícia australiana matou na noite de terça-feira um jovem na cidade de Melbourne que era acusado de terrorismo e que conseguiu esfaquear dois membros das autoridades antes de sua captura, informou nesta quarta o ministro da Justiça, Michael Keenan. “A pessoa em questão era conhecida por ser um suspeito terrorista e uma pessoa de interesse das agências de reforço da lei e inteligência”, afirmou Keenan em uma breve declaração à imprensa na qual comentou que o agente que disparou contra o jovem atuou em legítima defesa.
O suspeito foi identificado como Abdul Haider, de 18 anos, filho de uma família afegã, a quem os corpos de segurança vigiavam desde maio e tinha o passaporte cancelado, de acordo com os dados divulgados pelo chefe da polícia do estado de Victoria, Ken Lay. Haider esteve associado com o grupo radical islâmico Al Furqan, do qual se separou recentemente, e tinha ameaçado o primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott. O incidente ocorreu por volta das 19h40 locais (7h40 de Brasília) de terça-feira, quando o jovem chegou à delegacia de Endeavour Hills, no sudeste de Melbourne, para prestar depoimento como parte das investigações sobre suas prováveis atividades terroristas. Sem que se tenha revelado o motivo, o jovem atacou com uma faca dois agentes, que se encontram hospitalizados com ferimentos graves, mas em condição estável, antes de cair abatido por outro policial.
Segundo o governo de Canberra, sessenta jihadistas australianos combatem na Síria e Iraque enquanto outros vinte militantes já retornaram ao país. Neste mês Austrália elevou o alerta terrorista ao nível "alto" perante a ameaça de atentados em meio à ofensiva internacional contra o Estado Islâmico (EI) na Síria e no Iraque, na qual o país contribui com ajudas humanitárias e na entrega de armas.
Alemanha – O grupo terrorista filipino Abu Sayyaf, aliado do EI, ameaçou matar dois reféns alemães caso o governo de Berlim continue a apoiar os EUA na luta contra o avanço dos jihadistas no Oriente Médio. O comunicado divulgado nesta quarta pede ainda que a Alemanha pague um resgate de 250 milhões de pesos (10,4 milhões de reais) pelos prisioneiros. O grupo extremista sequestra estrangeiros desde 2000 e já foi aliado da Al-Qaeda; existe desde o início da década de 1990 e é conhecido por atentados a bomba, sequestros e assassinatos no sul das Filipinas. A organização foi fundada por Abdurajak Abubakar Janjalani, morto em 1998, e tem como foco atacar o governo do país e os católicos.
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