Armínio Fraga: 'A máquina do crescimento pifou'
Segundo o ex-presidente do BC, modelo econômico que prevê controle de gastos públicos e simplificação do sistema tributário pode fazer o Brasil crescer 4,5% ao ano
Armínio Fraga: é possível crescer 4,5% ao ano após reequilíbrio fiscal
Em discurso para 602 participantes, entre empresários e jornalistas, Fraga aproveitou para exaltar as propostas do PSDB para reverter o quadro atual, na sua definição, "desalentador", com uma taxa de investimento de apenas 16,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Do lado macroeconômico, destacou o modelo "básico e simples" de responsabilidade fiscal, marca do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), acompanhada de um trabalho rigoroso do Banco Central (BC) para trazer a inflação para dentro da meta.
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Do lado fiscal, o executivo afirmou, entre aplausos, que o objetivo é dar "total transparência em todos os sentidos" e que o modelo econômico que o Brasil vivencia não oferece clareza a ninguém. "Temos de ter um orçamento completamente transparente para tomar decisões. Com transparência, as coisas começam a se resolver. Se não, ficam paradas, perdidas, em um sistema em que as pessoas vão a Brasília para tentar se defender, conseguir um subsídio, uma proteção, desoneração", criticou em referência à atual gestão petista. "Chegou a hora de destravar o investimento em infraestrutura: isso requer regras claras e capacidade de mobilizar o capital privado", disse.
Fraga também salientou a necessidade de simplificar o sistema tributário brasileiro e de reduzir os gastos públicos, que devem avançar numa proporção inferior ao PIB. "Com esse modelo de natureza sistêmica, vai sobrar dinheiro para investir em educação, infraestrutura, saúde", disse. "Com esse roteiro é possível crescer até 4,5% e ampliar o investimento de 16,5% para 24% do PIB. Teremos um Brasil mais arrumado, mais competitivo, que vai fazer crescer a produtividade de maneira sustentável", defendeu.
BNDES — Segundo Fraga, um dos grandes problemas em relação à atuação do BNDES é a falta de transparência. "Todos os programas do banco poderiam ser analisados de forma técnica, independente, por acadêmicos, e acho que iria enriquecer muito o debate a respeito da utilidade se continuar ou não com cada um dos programas. Isso é o que acho que faz mais falta. O BNDES deveria ter critério para trabalhar. A razão original para a existência do BNDES era a inexistência de longo prazo no Brasil. Esse mercado já existe hoje e não se desenvolve mais porque o BNDES dá um dinheiro mais barato e todos que podem tomam dinheiro lá", afirmou o economista.
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