Síria diz que não vai tolerar ataques dos EUA contra terroristas em seu território
Declarações de chanceler seguem estratégia do regime sírio de se apresentar como única alternativa para o Ocidente para combater o avanço dos selvagens do Estado Islâmico
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moualem (Reuters)
Caio Blinder: Ditador sírio optou por não combater EI
A desacreditada ditadura de Bashar Assad vê o avanço de extremistas como uma oportunidade para acabar com o apoio americano a grupos rebeldes tidos como moderados e, assim, fortalecer-se. Apesar da ameaça feita nesta segunda-feira, militares americanos já operaram em território sírio, em uma missão fracassada para tentar resgatar reféns do Estado Islâmico. "Se tivesse havido uma coordenação prévia, a operação não teria falhado", disse Moualem. A declaração confiante do chanceler, contudo, não encontra eco na realidade. Ontem o EI capturou uma base aérea militar de Tabqa no noroeste do país, garantindo controle total da província de Raqqa, palco da fracassada missão. Acredita-se também que o jornalista James Foley foi decapitado nesta região.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, declarou nesta segunda-feira que o Pentágono tem se “dedicado para, se for necessário, garantir ao presidente Obama vários planos e opções” na luta contra os jihadistas. Desde o dia 8 deste mês, os Estados Unidos realizam ataques aéreos contra o EI no Iraque e integrantes do governo não descartaram a possibilidade de bombardear também a Síria, dizendo que o combate aos terroristas não deve ser limitado por fronteiras geográficas.
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Earnest não disse se Obama buscaria apoio do Congresso caso decida realizar uma ação militar na Síria. No ano passado, depois de Assad usar armas químicas contra a própria população, o governo americano considerou uma intervenção na Síria. No entanto, sem o apoio de aliados, do Conselho de Segurança da ONU (onde a Rússia tem poder de veto), ou da população americana, Obama recuou. Agora, Obama está sendo pressionado a intervir para conter o Estado Islâmico na Síria, onde uma guerra que se arrasta há mais de três anos já fez mais de 190.000 mortos.
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