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Antônio Ermírio é enterrado em São Paulo

Empresário brasileiro morreu na noite de domingo, aos 86 anos, e foi enterrado no Cemitério do Morumbi, em São Paulo

Antonio Ermírio de Moraes
Antonio Ermírio de Moraes: empresário brasileiro morreu na noite de domingo (Folhapress)
O empresário Antônio Ermírio de Moraes foi enterrado em São Paulo, na tarde desta segunda-feira, no Cemitério do Morumbi. Fundador de um dos maiores conglomerados empresariais do Brasil, o Votorantim, Antônio Ermírio morreu durante a noite de domingo em sua casa, na capital paulista, aos 86 anos, vítima de insuficiência cardíaca. O empresário sofria de Alzheimer e estava afastado da empresa desde a década de 2000. Ele deixa a mulher, Maria Regina Costa de Moraes, com quem teve nove filhos — dois morreram em decorrência de câncer. O preferido do empresário para sucedê-lo no grupo, Carlos Ermírio de Moraes, morreu 2011. Dois anos antes, o empresário havia perdido Mário Ermírio de Moraes. O presidente do Conselho de Administração, hoje, é o executivo de confiança da família, Raul Calfat.
Dono de um dos mais tradicionais grupos industriais do Brasil, Antônio Ermírio de Moraes sempre figurou em posições destacadas nas listas anuais das maiores fortunas do país – e às vezes até do mundo. No último levantamento da Forbes, o empresário ocupava a 9ª colocação no ranking de bilionários brasileiros, com uma fortuna estimada em 3,1 bilhões de dólares. Em 2013, o grupo Votorantim auferiu lucro de 230 milhões de reais. Apesar das cifras, o empresário tinha um estilo de vida frugal e era conhecido pela dedicação intensa ao trabalho e o hobby de dirigir automóveis antigos.
Liderança – Antônio Ermírio assumiu a liderança da empresa ao lado do irmão, José Ermírio, em 1973, após a morte do pai. Em quase três décadas à frente do conglomerado, que atua nos setores metalúrgico, de cimento, papel e celulose, o empresário manteve o estilo de gestão conservador, avesso a riscos, criado pelo pai, o que o permitiu sobreviveu a graves crises econômicas, consolidando a posição do grupo como um dos principais do país. Ao mesmo tempo, tornou-se a maior liderança empresarial do Brasil: uma referência de sucesso e boa gestão a seus pares e uma das vozes mais ouvidas e respeitadas no debate público sobre o progresso nacional.
Acervo Digital VEJA: 'Acredito muito no Brasil. Sempre acreditei', diz Antônio Ermírio
Crítico ferrenho da burocracia estatal e dos obstáculos colocados pelo governo ao crescimento das empresas, Antônio Ermírio se orgulhava de dizer que seu grupo nunca tinha sido favorecido pelo poder. "Se tivéssemos colocado nossas fichas em governos, já teríamos fechado as portas”, disse em entrevista a VEJA. Para ele, não existia uma fórmula mágica para um negócio – ou a economia de um país – prosperar. "O fundamental é seguir a lógica, o bom senso, e ouvir as boas cabeças que você tem na empresa. Não existem truques", pregava.
Um entusiasta do empreendedorismo, Antônio Ermírio também era uma das vozes contrárias a medidas assistencialistas do governo, como deixou claro em entrevista a VEJA em novembro de 2003, ao final do primeiro ano de Lula no poder. "Acho péssimo quando vejo que a prioridade do governo é dar esmola, e não acabar com os entraves à criação de empregos", disparou.
Biografia – Nascido em 4 de junho de 1928, em São Paulo, Antônio Ermírio cursou engenharia metalúrgica no Colorado. Ao voltar para o Brasil, em 1949, teve como primeiro emprego um estágio não remunerado na Siderúrgica Barra Mansa, uma das empresas da família.  Em 1955, foi o responsável pela instalação da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).

Já na liderança do Grupo Votorantim, resolveu se aventurar na política, contra as recomendações de seu falecido pai, e concorreu ao governo de São Paulo em 1986. Derrotado por Orestes Quércia, do PMDB, terminou em segundo lugar, com mais de 3,6 milhões de votos. Depois disso, só voltou a se envolver em política para declarar apoio a candidatos, como fez com José Serra na disputa contra Lula em 2002.

Seguindo a tradição de grandes bilionários e empreendedores americanos, também dedicou boa parte de sua vida à filantropia, contribuindo com a Sociedade Beneficência Portuguesa e a Cruz Vermelha.

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