Pular para o conteúdo principal

Marina candidata: 'Crescimento do PSB é tão importante quanto a criação da Rede'

A prática, contudo, não coincide com o discurso: ela não subirá em todos os palanques do partido nos Estados

 
PSB confirma o nome de Marina Silva como a candidata do partido à presidência da República no lugar de Eduardo Campos. O deputado Beto Albuquerque será o candidato à vice-presidente
PSB confirma o nome de Marina Silva como a candidata do partido à Presidência da República no lugar de Eduardo Campos. O deputado Beto Albuquerque será o candidato à vice (Folhapress)
Depois de um dia inteiro de reuniões a portas fechadas, que começaram por volta das 11 horas, o PSB formalizou na noite desta quarta-feira a indicação da ex-senadora Marina Silva para encabeçar a chapa à Presidência da República. Às 20h20, Marina iniciou seu pronunciamento na sede do partido em Brasíla. A mensagem central do discurso foi de que o vínculo que existia entre ela e Eduardo Campos, morto na semana passada e de quem a ex-senadora anteriormente era vice, agora se estende ao PSB e à Rede Sustentabilidade: "Para mim, tão importante quanto a criação da Rede é o crescimento do PSB. Estamos juntos nesse sentido". Mas, apesar da retórica de união, Marina não subirá em todos os palanques do PSB nos Estados. "Onde não tem consenso, o PSB terá suas escolhas e a Rede as suas", disse.
O deputado gaúcho Beto Albuquerque, que patinava na tentativa de se eleger ao Senado neste ano, será o novo vice na chapa.
Ex-petista, ex-ministra de Lula, Marina Silva, depois de sair das eleições 2010 com patrimônio de quase 20 milhões de votos, passou a articular a criação de um partido, a Rede Sustentabilidade. Seu propósito era concorrer ao Palácio do Planalto neste ano por essa legenda, mas os planos foram frustrados pela Justiça Eleitoral, que indeferiu o pedido de registro da agremiação por problemas formais. Sem legenda, ela aceitou filiar-se ao PSB como vice numa chapa encabeçada por Eduardo Campos, principal líder da sigla. Nos dez meses entre o anúncio da parceria, o que transparecia é que a união era entre duas personalidades políticas fortes, muito mais do que entre dois partidos. O principal indício disso era na maneira como Marina se recusava a endossar algumas alianças do PSB nos estados. Ela não escondia que viabilizar a Rede no aspecto legal era sua prioridade. É justamente essa a grande novidade no discurso de hoje: o fato de ela colocar PSB e Rede no mesmo plano.
"Sinto-me parte solidária e interessada que o PSB leve adiante os planos de futuro partidário que tinham a inspiração de Campos. Sem Eduardo, temos hoje o que sempre nos uniu: a consciência clara de onde queremos chegar juntos. O programa é o pacto selado, o acordo maior que nos une", disse.
Mas o fato é que as arestas não foram aparadas: as divergências entre o PSB e os "marineiros" nos palanques estaduais continuam. "Hoje temos 14 estados com Rede e PSB juntos. O que foi decidido em termos de coligação é que o PSB tinha o direito de escolher essas alianças e que eu seria preservada de ter que apoiá-las. Nesse momento, permanece o mesmo que fizemos", afirmou Marina. "O Beto representará o PSB junto a essas alianças e eu estarei ao lado dos candidatos do PSB a deputado estadual e federal como já estava antes."

Campos – O luto pela trágica morte de Campos permeou a longa jornada de negociações e também se refletiu no discurso de Marina, que se emociou e teve de interromper a fala com a voz embargada. "Tudo aquilo que fizemos juntos é o que faremos daqui pra frente. Quero agradecer a todos vocês que comigo e Beto... Beto e eu... é difícil. A gente falava Eduardo e Marina", disse, ao se apresentar pela primeira vez como parte de uma nova chapa.
A partir desta quinta-feira, Marina terá pouco mais de dois minutos na propaganda eleitoral de rádio e televisão.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Lula se frustra com mobilização em seu apoio após os primeiros dias na cadeia O ex-presidente acreditou que faria do local de sua prisão um espaço de resistência política Compartilhar Assine já! SEM JOGO DUPLO Um Lula 3 teria problemas com a direita e com a esquerda (Foto: Nelson Almeida/Afp) O ex-presidente  Lula  pode não estar deprimido, mas está frustrado. Em vários momentos, antes da prisão, ele disse a interlocutores que faria de seu confinamento um espaço de resistência política. Imaginou romarias de políticos nacionais e internacionais, ex-presidentes e ex-primeiros-ministros, representantes de entidades de Direitos Humanos e representantes de movimentos sociais. Agora, sua esperança é ser transferido para São Paulo, onde estão a maioria de seus filhos e as sedes de entidades como a CUT e o MTST.