Governo francês anuncia novo gabinete
Ex-banqueiro Emmanuel Macron, de 36 anos, vai comandar economia
O presidente Hollande ao lado de Emmanuel Macron (AFP)
O ministro das Finanças, Michel Sapin, foi mantido no cargo, no qual tem tentado assegurar aos parceiros franceses na União Europeia que seu país finalmente vai sanear suas finanças públicas, apesar de ter se mostrado repetidamente incapaz de reduzir seu déficit abaixo do limite defendido pelo bloco – 3% do PIB.
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Najat Vallaud-Belkacem, que ocupava o cargo de secretária dos Direitos das Mulheres, vai assumir o Ministério da Educação, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo. Ela nasceu no Marrocos e foi morar com a família na França ainda criança. Substituirá no cargo Benoît Hamon. Fleur Pellerin, que também tem origem estrangeira – nasceu em Seul, mas foi adotada por um casal francês –, vai chefiar a pasta de Cultura e Comunicações, no lugar de Aurélie Filippetti. Patrick Kanner vai comandar o Ministério do Esporte e Juventude, pasta anteriormente acumulada por Najat.
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Nas pastas com status de Secretarias de Estado, Thomas Thévenoud foi encarregado do Comércio Exterior e da Promoção do Turismo, Alain Vidalies ficou encarregado dos Transportes, do Mar e da Pesca, Pascale Boistard foi nomeado secretário de Estado dos Direitos das Mulheres e Myriam El-Khomri comandará a Política Urbana.
Ao fazer as mudanças no gabinete, o primeiro-ministro, Manuel Valls, acabou mantendo a maioria dos antigos ministros e secretários de Estado, remanejou outros ou ainda desmembrou algumas pastas. Dessa forma, o ministério de Valls vai continuar sendo formado por oito mulheres e oito homens. Entre os que permaneceram em seus cargos o chanceler Laurent Fabius, o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, e a ex-companheira do presidente Hollande, Ségolène Royal, nomeada em abril para chefiar o Ministério da Ecologia, Desenvolvimento Sustentável e Energia.
Negociações – As trocas no governo são o mais recente episódio do debate europeu sobre o quanto de rigor fiscal que as economias da região podem suportar enquanto se recuperam de crises financeiras. Ontem, o presidente francês decidiu que Montebourg havia ido longe demais ao atacar suas políticas econômicas e a “obsessão” alemã pela austeridade.
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Os franceses já se deram conta de que o impopular socialista Hollande, eleito há dois anos, é incapaz de solucionar a crise econômica. Em seu mandato, os socialistas aprovaram 84 novos impostos. As mudanças são mais uma tentativa de salvar seu governo.
Os novos ministros estreiam poucas semanas antes das negociações internas e com parceiros da União Europeia a respeito do orçamento do 2015. Fontes próximas a Hollande disseram que o novo gabinete levará a cabo seu plano para reconciliar medidas pró-mercado para estimular o crescimento – incluindo 40 bilhões de euros em cortes de impostos às empresas – com promessas de aderir às regras orçamentárias da União Europeia.
(Com agência Reuters e Estadão Conteúdo)
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