Pular para o conteúdo principal

Banco Central muda regras bancárias para injetar até R$ 70 bi na economia

Além dos R$ 45 bi previstos anteriormente, anúncio desta quarta-feira libera mais R$ 10 bi, mas poderá permitir a entrada de outros R$ 15 bi no futuro

Ao todo, poderão entrar no mercado de crédito mais R$ 25 bilhões
Ao todo, poderão entrar no mercado de crédito mais R$ 25 bilhões
Menos de um mês depois de anunciar medidas que expandem a oferta de crédito no país, o Banco Central (BC) voltou a alterar as regras dos compulsórios dos bancos, contribuição obrigatória que as instituições fazem junto ao BC como forma de proteção ao sistema financeiro. A partir de agora, elas poderão usar, em empréstimos, 60% do montante antes reservado exclusivamente para esse depósito.
Na medida anterior, anunciada em julho, o BC já havia liberado 50% desse valor para empréstimos aos consumidores, o que disponibilizou ao mercado 30 bilhões de reais. Na prática, com a liberação desses outros 10 pontos porcentuais do compulsório, as instituições financeiras podem emprestar mais 10 bilhões de reais, somando 40 bilhões em dinheiro novo em circulação.
Considerando outras mudanças anunciadas nesta quarta-feira, há ainda um potencial de impacto na liquidez da economia de 15 bilhões de reais. Com isso, as duas medidas anunciadas nesta quarta podem ter um efeito de 25 bilhões de reais no crédito dos bancos.
No anúncio de julho, o BC havia comentado que poderia haver um potencial extra de liquidez de 15 bilhões de reais. Assim, somando o dinheiro do compulsório liberado de imediato em julho e agora (40 bilhões) ao potencial de 15 bilhões de julho e mais 15 bilhões desta quarta, poderão ser injetados no mercado de crédito brasileiro um total de 70 bilhões de reais.
Leia ainda: BC muda compulsório para aumentar crédito na economia
Senado aprova proposta que permite cobrança diferenciada em pagamentos com cartão de crédito
Para salvar o PIB - O BC explica que essas mudanças fazem parte de sua estratégia de retirar, aos poucos, as medidas adotadas pós-crise, em meados de 2010, para proteger o sistema financeiro do Brasil contra os choques do mercado internacional e formar um colchão de reservas de dinheiro. Como o cenário mudou (economias estão se recuperando e o crédito internacional voltou a circular), a autoridade monetária vê espaço para tirar parte das medidas duras. Contudo, vale ressaltar que o Brasil vive um momento de crescimento baixo - economistas projetam expansão menor que 1% para 2014. Assim, economistas acreditam que essas medidas foram anunciadas agora para tentar salvar o Produto Interno Bruto (PIB) via estímulo ao consumo.
Leia mais: Tombini não vê contradição entre política monetária e medidas de estímulo ao crédito   
Liberar preço diferenciado para compras no cartão é retrocesso, apontam especialistas

O problema principal é o risco de esse aumento de crédito aumentar ainda mais a inflação. Há duas semanas, o presidente do BC, Alexandre Tombini, defendeu que, apesar de manter a Selic em níveis elevados, as medidas de estímulo ao crédito adotadas em julho não atrapalham a política monetária, que busca a estabilidade de preços. "Não há qualquer contradição ou incompatibilidade entre as ações recentes e a política monetária, uma vez que são instrumentos que têm objetivos distintos", afirmou ele em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estim...
Agência Brasil Augusto Aras reitera que seu compromisso é com a atuação na chefia do Ministério Público Federal Aras afirma desconforto com especulação sobre vaga no STF BRASIL O procurador-geral da República, Augusto Aras, em nota, manifesta seu desconforto com a veiculação reiterada de seu nome para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). Conquanto seja uma honra ser membro dessa excelsa Corte, o PGR sente-se realizado em ter atingido o ápice de sua instituição, que também exerce importante posição na estrutura do Estado. Segundo Aras, ao aceitar a nomeação para a chefia da Procuradoria-Geral da República, não teve outro propósito senão o de melhor servir à Pátria, inovar e ampliar a proteção do Ministério Público Federal e oferecer combate intransigente ao crime organizado e a atos de improbidade que causam desumana e injusta miséria ao nosso povo. O PGR considerar-se-á realizado se chegar ao final do seu mandato tão somente cônscio de haver cumprido o se...