Comprador de jato foi beneficiado por decreto de Campos
Ex-governador cancelou limites de importação para a Bandeirantes Companhia de Pneus, cujo proprietário emprestou avião à campanha do PSB
Aeronave Cessna 560XLS+ Citation Excel ( TV Globo
AFP)
Nas últimas semanas, a AF Andrade, oficialmente dona da aeronave, informou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que vendeu o jato para um grupo de empresários de Pernambuco. Com a ajuda da Polícia Federal, o órgão regulador da aviação tenta descobrir quem são os verdadeiros donos da aeronave.
O decreto assinado por Campos foi publicado em 24 de setembro de 2011 e altera incentivo concedido à empresa em 2006 pelo governador José Mendonça Filho, que impôs limites para a importação de pneus para veículos e máquinas industriais (até 4.000 unidades); pneus para máquinas agrícolas ou florestais (4.000 unidades) e pneus para veículos diversos (até 5.000 unidades). O decreto de Eduardo Campos retirou todos os limites. O governo de Pernambuco foi procurado nesta quarta-feira e afirmou que vai se manifestar sobre o tema na quinta.
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A Bandeirantes Companhia de Pneus está em nome de Apolo Santa Vieira. Como mostrou reportagem do site de VEJA, ele teria comprado a aeronave em sociedade com o empresário pernambucano João Carlos Lyra de Melo Filho que, em maio do ano passado, assinou compromisso de compra da aeronave e indicou as empresas Bandeirantes e BR Par para assumir dívidas junto à Cessna.
O jornal O Estado de S. Paulo revelou que Viera é réu em um processo por sonegação fiscal na importação de pneus, via porto de Suape (PE), que gerou um prejuízo de 100 milhões de reais aos cofres públicos. Sua antiga empresa, a Alpha Pneus, e outras, recorrem em segunda instância. A Bandeirantes foi criada em 2004, em Jaboatão dos Guararapes (PE), e funciona em um galpão de médio porte. A reportagem localizou uma movimentação de importação financiada registrada pelo Banco Central, em dezembro de 2010, de 1,4 milhão de dólares, via banco Ilhas Cayman e Banco Safra. O PSB afirmou, em nota, que o avião foi emprestado para a campanha de Eduardo Campos. O partido não se manifestou sobre suspeitas de que o avião foi comprado com caixa dois. O mesmo posicionamento foi defendido por Marina Silva durante entrevista ao Jornal Nacional, nesta quarta.
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