MP diz já ter provas de improbidade contra homem forte de Paes
Ministério Público constatou que a ONG Tesloo recebeu pagamento por serviços antes de serem efetivamente prestados
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o deputado federal Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ), em 2013
A promotora investiga contratações da entidade, firmadas na gestão de Bethlem à frente da Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio. Na última sexta-feira, VEJA revelou gravações de conversas telefônicas do deputado em que ele afirmava receber entre 65.000 e 70.000 reais por mês em comissões pagas pela Tesloo.
A Promotoria investiga por que o município do Rio de Janeiro contratou a Tesloo apesar de recomendação contrária, ainda em 2012, feita pelo Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro.O Ministério Público já constatou que a ONG foi paga por serviços antes de serem efetivamente prestados.
Apesar da investigação estar em curso há meses, a revelação feita por VEJA, de que o ex-secretário recebia pagamentos da Tesloo, motivou novas cobranças do Ministério Público. O vice-prefeito do Rio, Adilson Pires (PT), que responde pela Secretaria Municipal de Assistência Social, já foi alvo de três ofícios da Promotoria, em que é cobrado a enviar a íntegra dos processos administrativos com todas as contratações da Tesloo. A ordem foi ignorada, de acordo com a promotora Gláucia Santana. O último pedido venceu no dia 21 de julho.
Apesar da investigação em esfera administrativa, Bethlem só pode ser processado criminalmente pela Procuradoria-Geral da República pelos indícios de que montou um esquema de corrupção na Prefeitura do Rio.
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A investigação não é a única iniciativa em andamento para devassar a atuação de Bethlem na administração municipal. Nesta segunda-feira, a Prefeitura do Rio deu início a uma auditoria especial para investigar irregularidades em todas as contratações firmadas por Bethlem nas pastou que comandou, de 2009 a 2014: Ordem Pública, Assistência Social e Governo.
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