Pular para o conteúdo principal

Como o buraco gigante na Sibéria, Rússia, pode ter se formado

buraco na siberia (2)
Você já deve ter visto o buraco misterioso que apareceu na Rússia, na remota península de Yamal, um lugar cujo nome literalmente significa “fim do mundo“. Agora que cientistas estão estudando o fenômeno, podemos separar os fatos e conjecturas das teorias da conspiração para entender como ele se formou.
Para relembrar: o buraco chamou a atenção na internet na semana passada, depois que foi postado um vídeo incrível gravado em helicóptero mostrando um “furo” gigantesco na superfície, com pedras e terra ao redor. Estima-se que ele tenha 80 m de diâmetro e 60 m de profundidade.
>>> Buraco misterioso aparece do nada na Sibéria, Rússia
>>> Novas fotos mostram em detalhes o interior do buraco na Sibéria, Rússia

O que ele não é

Desde que o buraco foi descoberto, surgiram mais informações sobre ele – suficientes para riscar algumas teorias da lista.
Meteorito: “Nós podemos definitivamente dizer que não é um meteorito”, disse ao Siberian Times um porta-voz da delegação regional do Ministério de Emergências russo. Se você não acreditar, basta dar uma olhada nestas crateras realmente criadas por meteoros: elas são largas e pouco profundas, ao contrário do buraco. Também é bastante improvável que um meteorito desse tamanho iria cair na terra e passar despercebido por equipamentos sísmicos.
Ravina ou voçoroca: são buracos que se formam quando a água remove uma camada subterrânea do solo – em geral algo solúvel, como calcário ou mantos de sal. Vimos isso acontecer em 2010 na Guatemala e em 2013 na China, mas não é algo que aconteceria no solo congelado da Sibéria. Além disso, parece que a terra se levantou nas bordas do buraco, o que você não veria em uma ravina.
Aliens: poxa, gente…

O que poderia ser

Este buraco pode ser o resultado de fenômenos geológicos naturais típicos da região de Yamal. A prova visual talvez seja a foto abaixo:
yamal peninsula siberia
Abra a visão de satélite no Google Maps, e você verá que a região é marcada por diversos buracos, tanto grandes quanto pequenos.
O solo é composto por terra, gelo e rochas congeladas, uma combinação chamada pergelissolo (ou permafrost) e geralmente encontrada no Ártico. Mas o aquecimento global acelerou o derretimento desse solo; e a região abriga uma das maiores reservas mundiais de gás natural do mundo.
Ou seja, a melhor explicação para este buraco é uma combinação de gelo derretido, gás e aquecimento global, com um pouco de geologia estranha. Duas teorias tentam explicar isso:
Fuga de gás: à medida que o gelo derrete, bolsões de gás escapam violentamente, semelhante ao “estouro de uma garrafa de champanhe” – e nem sempre há explosões ou fogo. Anna Kurchatova, do Centro de Pesquisa Científica no Sub-Ártico, explicou ao Siberian Times como isso funciona: os cientistas não conseguiram encontrar qualquer evidência de danos térmicos para sugerir que o gás tinha explodido. A simples pressão de escape do gás seria suficiente para criar o buraco.
Colapso de pingo: a região abriga formações geológicas, chamadas de pingos ou hidrolacólitos, que são basicamente gelo coberto por terra. À medida que o gelo derrete, o pingo colapsa sobre si mesmo e deixa uma cratera. O buraco “é, obviamente, uma versão muito extrema disso”, diz Chris Fogwill, da Universidade de Nova Gales do Sul, ao Sydney Morning Herald. Fogwill também diz ser possível que o gás natural tenha contribuído com a formação do buraco.
De um jeito ou de outro, cientistas russos estão estudando o buraco agora mesmo. Entramos em contato com a equipe e traremos informações adicionais – especialmente se forem aliens…
Foto por Siberia Times

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular