Depois da Europa, EUA anunciam mais sanções contra a Rússia
Medidas são reação a apoio russo a separatistas na Ucrânia e vão atingir setores de energia, armas e financeiro
O presidente Barack Obama anuncia novas sanções impostas à Rússia em entrevista nos jardins da Casa Branca, em Washington (Reuters)
Os Estados Unidos anunciaram medidas contra “setores chave da economia russa”, incluindo os de energia, armas e financeiro. Bancos serão atingidos, assim como uma grande companhia de defesa. Além disso, o governo americano bloqueou vendas de produtos de tecnologia para a lucrativa indústria de petróleo da Rússia, em um esforço para minar a capacidade do país de desenvolver recursos nesta área, informou o jornal The New York Times.
Leia também:
Primeiro-ministro da Ucrânia renuncia ao cargo
ONU diz que derrubada de avião pode ser crime de guerra
Combates entre rebeldes e forças do governo matam 30 civis na Ucrânia
Ao anunciar as novas sanções, Obama afirmou que a Rússia “está mais uma vez se isolando da comunidade internacional e recuando em décadas de progresso genuíno”. Ele ressaltou que o governo Putin foi além do apoio aos separatistas e agora está participando diretamente no conflito, disparando artilharia através da fronteira, transportando mais equipamento para os rebeldes e usando suas próprias tropas.
O presidente americano reforçou que seu governo tem provas de que a Rússia está armando os separatistas e que lançou ataques pela fronteira. Ao ser questionado se os Estados Unidos estão considerando uma ajuda militar à Ucrânia, sugeriu que não, ao afirmar que o Exército ucraniano “está mais bem armado que os separatistas”. “A questão é como evitar derramamento de sangue no leste da Ucrânia. Estamos tentando evitar isso. E a principal ferramenta que temos para influenciar o comportamento da Rússia neste momento é o impacto na sua economia”. (Continue lendo o texto)
Saiba mais:
Novas sanções dos EUA atingem gigantes da Rússia
As teorias conspiratórias russas sobre o voo MH17
Como fica a geopolítica depois da tragédia com o voo MH17
Europa – As medidas adotadas pela Europa foram as mais duras desde a Guerra Fria, com potencial para causar sérios prejuízos econômicos ao país, que depende muito do mercado europeu para a venda de petróleo e gás, e também como fonte de financiamento e fornecedor de componentes para sua área militar. Todos os três setores serão atingidos pelas sanções anunciadas hoje.
Ao Washington Post, Sophia Pugsley, especialista em relações União Europeia – Rússia no European Council on Foreign Relations, afirmou que a queda da aeronave “mudou tudo”. Mudou também a postura da Alemanha, de forma decisiva. “Eles são os que vão sentir a dor nas áreas em que dependem da Rússia”. A Rússia fornece um terço do gás consumido pela Alemanha, enquanto a Grã-Bretanha depende muito do dinheiro russo para alimentar seu setor financeiro e a França vende navios de guerra para o governo russo. Muitos negócios serão preservados porque os líderes europeus estão negociando exclusões para proteger os interesses nacionais. No entanto, o impacto geral das ações deixa o recado de que os países perderam a paciência com Putin, avalia o WP.
Leia mais: Caixas-pretas do voo MH17 estão 'intactas'
Guerra Fria – As sanções dos Estados Unidos incluem três grandes bancos estatais – Banco de Moscou, VTB e Russian Agricultural Bank – e um grupo da área de defesa, United Shipbuilding Corporation. Os EUA também está barrando exportações de tecnologias em várias áreas do setor de energia, incluindo gás de xisto e exploração de petróleo em alto-mar.
Comentários
Postar um comentário