Pular para o conteúdo principal

Depois da Europa, EUA anunciam mais sanções contra a Rússia

Medidas são reação a apoio russo a separatistas na Ucrânia e vão atingir setores de energia, armas e financeiro

O presidente Barack Obama anuncia novas sanções impostas à Rússia em entrevista nos jardins da Casa Branca, em Washington
O presidente Barack Obama anuncia novas sanções impostas à Rússia em entrevista nos jardins da Casa Branca, em Washington (Reuters)
A União Europeia superou meses de desentendimentos e liberou finalmente nesta terça-feira novas sanções econômicas contra a Rússia. Horas depois, o governo americano seguiu a ação europeia e também anunciou novas medidas contra destinadas a punir o Kremlin por seu apoio a separatistas no leste da Ucrânia. A nova onda punitiva ocorre depois da queda de um avião da Malaysia Airlines derrubado por um míssil na região de Donetsk. A tragédia deixou quase 300 vítimas.
Os Estados Unidos anunciaram medidas contra “setores chave da economia russa”, incluindo os de energia, armas e financeiro. Bancos serão atingidos, assim como uma grande companhia de defesa. Além disso, o governo americano bloqueou vendas de produtos de tecnologia para a lucrativa indústria de petróleo da Rússia, em um esforço para minar a capacidade do país de desenvolver recursos nesta área, informou o jornal The New York Times.
Leia também:
Primeiro-ministro da Ucrânia renuncia ao cargo
ONU diz que derrubada de avião pode ser crime de guerra
Combates entre rebeldes e forças do governo matam 30 civis na Ucrânia

Ao anunciar as novas sanções, Obama afirmou que a Rússia “está mais uma vez se isolando da comunidade internacional e recuando em décadas de progresso genuíno”. Ele ressaltou que o governo Putin foi além do apoio aos separatistas e agora está participando diretamente no conflito, disparando artilharia através da fronteira, transportando mais equipamento para os rebeldes e usando suas próprias tropas.
O presidente americano reforçou que seu governo tem provas de que a Rússia está armando os separatistas e que lançou ataques pela fronteira. Ao ser questionado se os Estados Unidos estão considerando uma ajuda militar à Ucrânia, sugeriu que não, ao afirmar que o Exército ucraniano “está mais bem armado que os separatistas”. “A questão é como evitar derramamento de sangue no leste da Ucrânia. Estamos tentando evitar isso. E a principal ferramenta que temos para influenciar o comportamento da Rússia neste momento é o impacto na sua economia”. (Continue lendo o texto)
Obama salientou ainda que as medidas anunciadas terão um impacto maior por estarem combinadas com as sanções europeias. As ações foram cuidadosamente orquestradas para demonstrar solidariedade diante do que tanto americanos como europeus consideram uma escalada na participação russa na insurgência no leste ucraniano. Até agora, os líderes europeus resistiam a ampliar as sanções e a decisão de fazê-lo reflete a preocupação com o fato de que a Rússia não está apenas ajudando os rebeldes, mas envolvendo-se diretamente no confronto.
Saiba mais:
Novas sanções dos EUA atingem gigantes da Rússia
As teorias conspiratórias russas sobre o voo MH17
Como fica a geopolítica depois da tragédia com o voo MH17

Europa – As medidas adotadas pela Europa foram as mais duras desde a Guerra Fria, com potencial para causar sérios prejuízos econômicos ao país, que depende muito do mercado europeu para a venda de petróleo e gás, e também como fonte de financiamento e fornecedor de componentes para sua área militar. Todos os três setores serão atingidos pelas sanções anunciadas hoje.
Ao Washington Post, Sophia Pugsley, especialista em relações União Europeia – Rússia no European Council on Foreign Relations, afirmou que a queda da aeronave “mudou tudo”. Mudou também a postura da Alemanha, de forma decisiva. “Eles são os que vão sentir a dor nas áreas em que dependem da Rússia”. A Rússia fornece um terço do gás consumido pela Alemanha, enquanto a Grã-Bretanha depende muito do dinheiro russo para alimentar seu setor financeiro e a França vende navios de guerra para o governo russo. Muitos negócios serão preservados porque os líderes europeus estão negociando exclusões para proteger os interesses nacionais. No entanto, o impacto geral das ações deixa o recado de que os países perderam a paciência com Putin, avalia o WP.
Leia mais: Caixas-pretas do voo MH17 estão 'intactas'
Guerra Fria – As sanções dos Estados Unidos incluem três grandes bancos estatais – Banco de Moscou, VTB e Russian Agricultural Bank – e um grupo da área de defesa, United Shipbuilding Corporation. Os EUA também está barrando exportações de tecnologias em várias áreas do setor de energia, incluindo gás de xisto e exploração de petróleo em alto-mar.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com...
Ex-presidente da Petrobras tem saldo de R$ 3 milhões em aplicações A informação foi encaminhada pelo Banco do Brasil ao juiz Sergio Moro N O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine (Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil) Em documento encaminhado ao juiz federal Sergio Moro no dia 31 de outubro, o Banco do Brasil informou que o ex-presidente da Petrobras e do BB Aldemir Bendine acumula mais de R$ 3 milhões em quatro títulos LCAs emitidos pela in...
Grécia e credores se aproximam de acordo em Atenas Banqueiros e pessoas próximas às negociações afirmam que acordo pode ser selado nos próximos dias Evangelos Venizelos, ministro das Finanças da Grécia (Louisa Gouliamaki/AFP) A Grécia e seus credores privados retomam as negociações de swap de dívida nesta sexta-feira, com sinais de que podem estar se aproximando do tão esperado acordo para impedir um caótico default (calote) de Atenas. O país corre contra o tempo para conseguir até segunda-feira um acordo que permita uma nova injeção de ajuda externa, antes que vençam 14,5 bilhões de euros em bônus no mês de março. Após um impasse nas negociações da semana passada por causa do cupom, ou pagamento de juros, que a Grécia precisa oferecer em seus novos bônus, os dois lados parecem estar agindo para superar suas diferenças. "A atmosfera estava boa, progresso foi feito e nós continuaremos amanhã à tarde", d...