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EUA pressionam Rússia para ter acesso aos destroços

Departamento de Estado americano e Pentágono relatam ter provas de que Moscou segue armando as milícias separatistas que atuam no leste ucraniano

Os Estados Unidos e a Austrália expressaram na quinta-feira a intenção de pressionar russos e separatistas ucranianos com o objetivo de conseguir o acesso "pleno, imediato e seguro" dos investigadores internacionais ao local onde se encontram os destroços do avião de passageiros abatido na semana passada no leste da Ucrânia. Ambos os países também manifestaram preocupação com os relatos informando que os destroços do Boeing 777 da Malaysia Airlines foram manipulados pela população e por rebeldes pró-russos.
Durante uma conversa telefônica na noite de quinta, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, concordaram também que é "fundamental a realização de uma investigação internacional rápida, sem impedimentos e transparente" sobre o desastre. O voo MH17 viajava com 298 pessoas a bordo, das quais 27 eram australianas.
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Também na quinta, Obama falou por telefone com o premiê holandês Mark Rutte – 193 passageiros mortos no voo MH17 eram do país europeu. Os dois lamentaram que, segundo "todas as evidências", a Rússia continue fornecendo armas aos rebeldes na Ucrânia e consideraram necessário impor mais sanções a Moscou. Obama e Rutte concordaram que "ao invés de diminuir a tensão, todas as provas indicam que a Rússia ainda está armando e fornecendo apoio aos separatistas que continuam envolvidos em ações letais de agressão contra as forças armadas ucranianas".
Além disso, o Departamento de Estado assegurou que a Rússia está tentando enviar para as milícias rebeldes "vários tipos de plataformas de lançamento de foguetes mais poderosas e armamento mais pesado", algo que os analistas do Pentágono também afirmaram. Segundo fontes do Departamento de Defesa, Moscou forneceu aos rebeldes das regiões do leste ucraniano mais de 100 veículos militares, incluindo tanques.
Washington defende que a Rússia mantém entre 10.000 e 12.000 tropas bem equipadas e prontas para o combate perto de sua fronteira com a Ucrânia. A inteligência americana está certa de que um míssil de origem soviético do tipo Buk SA-11 foi o responsável por abater o avião malaio. Além disso, os agentes americanos acreditam que o disparo foi realizado por separatistas, que teriam cometido um erro ao pensar que a aeronave era militar.
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Combates –  Pelo menos dezessete civis e treze soldados morreram nas últimas 24 horas em combates entre as forças governamentais e os rebeldes pró-Rússia no leste da Ucrânia, segundo informaram nesta sexta fontes oficiais ucranianas. Na região de Donetsk, catorze pessoas morreram e treze ficaram feridas, segundo o governo regional, leal a Kiev.
Em Lugansk, cenário dos combates mais intensos há várias semanas, três civis morreram e sete ficaram feridos, segundo a assembleia municipal da cidade. Além disso, treze soldados ucranianos morreram em combate nas últimas 24 horas, o que eleva para 325 o número de baixas entre as forças ucranianas desde o início da operação militar lançada por Kiev há três meses para recuperar o controle dos territórios tomados pelos milicianos pró-Rússia. "Em todo o período da operação antiterrorista, 325 militares ucranianos morreram e 1.232 ficaram feridos", anunciou em entrevista coletiva o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Andrei Lisenko.
Soldados da Guarda Nacional ucraniana assumiram o controle de Lischansk, a cerca de 90 quilômetros da cidade de Lugansk, informou hoje o comando das milícias separatistas que atuam na região. Depois da queda do avião da Malaysia Airlines, as tropas governamentais ucranianas intensificaram sua ofensiva contra posições dos separatistas, que recuaram de várias localidades.
(Com agências EFE e France-Presse)

Cronologia concisa da crise na Ucrânia 

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O acordo que não saiu - novembro de 2013

O governo da Ucrânia, então controlado pelo presidente Viktor Yanukovich, se recusa a assinar um acordo de associação com a União Europeia, preferindo se aproximar da Rússia de Vladimir Putin. A maioria da população da Ucrânia reage mal aos planos do presidente.  

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O alvo era Putin

A tese estapafúrdia foi divulgada logo depois da queda do Boeing 777 da Malaysia Airlines, na quinta-feira. Ela diz que o avião que transportava o presidente Vladimir Putin de volta à Rússia, depois de sua participação na cúpula dos Brics no Brasil, percorreu a mesma rota que o Boeing, pouco depois. Ou seja, os ucranianos pretendiam mirar na aeronave russa, mas se anteciparam e acabaram acertando o voo comercial. Para sustentar a bizarrice, até as cores da fuselagem foram comparadas, mostrando que o logo da companhia aérea da Malásia, nas cores vermelho, azul e branco, poderia ser confundido com uma bandeira russa. “Os contornos dos aviões são similares e as cores, quando vistas à distância, são praticamente idênticas”, divulgou o canal estatal Russia Today -- como se fosse possível ver no céu um avião voando em altitude de cruzeiro, a 10 Km de altura.
 
A teoria furada não se sustentou diante da informação de que a aeronave de Putin nem sequer cruzou o espaço aéreo da Ucrânia - evitado já há algum tempo. Ainda assim, a teoria chegou a ser citada pela presidente Dilma Rousseff numa fala para jornalistas em que ela pediu “prudência” na hora de apontar os responsáveis. 

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