BC muda compulsório para injetar R$ 30 bi na economia
Agora, bancos poderão usar parte das reservas obrigatórias para operações de crédito
Impacto estimado das mudanças na economia será de R$ 30 bilhões (Reuters)
A principal alteração nas normas do sistema financeiro foi no depósito de compulsórios, um dinheiro que os bancos são obrigados a deixar depositados no BC, como forma de proteção ao sistema bancário do país. Agora, o BC quer permitir que os bancos usem até metade do recolhimento do compulsório referente a depósito à prazo em operações de crédito. "Assim, pelo prazo de um ano, 50% dos valores recolhidos poderão ser utilizados na contratação de novas operações de crédito e na compra de carteiras diversificadas (pessoas jurídicas e físicas) geradas por instituições elegíveis", diz o BC.
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Além disso, instituições financeiras com patrimônio de referência inferior a 3,5 bilhões de reais serão elegíveis, sem restrições, à condição de vendedoras das operações aceitas para fins de dedução do recolhimento. Com isso, amplia de 58 para 134 o número de instituições financeiras elegíveis.
Por fim, o BC reduziu a 3 bilhões de reais, ante 6 bilhões de reais, o patrimônio de referência das instituições que podem usar até 20% de seus recolhimentos compulsórios sobre depósitos à vista para empréstimos e financiamentos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI).
Injeção pode chegar a R$ 45 bi - O chefe do Departamento de Normas do Banco Central, Sergio Odilon dos Anjos, afirmou, na manhã desta sexta-feira,que os bancos terão até 45 bilhões de reais a mais em caixa disponível para empréstimos com as medidas publicadas hoje pela autoridade monetária. Além dos 30 bilhões de reais de liberação de compulsórios, o BC projeta que o impacto potencial das medidas, ao longo do tempo, pode chegar a 15 bilhões de reais. "Não pensamos na medida de hoje para amanhã. Temos de aguardar o comportamento da demanda para saber em quanto tempo esses 15 bilhões de reais se transformariam em crédito", explicou.
O economista se recusou a responder sobre o impacto monetário da medida, que será tratado posteriormente pelo BC. "Os 15 bilhões de reais não entram imediatamente na praça, é um processo. Segundo ele, as minutas publicadas hoje pela autoridade monetária não têm data para entrar em vigor porque ainda serão discutidas, mas disse que as demais medidas referentes a Basileia entram em vigor imediatamente.
(Com agências Reuters e Estadão Conteúdo)
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