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Elétricas receberão novo crédito de R$ 6,5 bilhões em agosto

Montante servirá para cobrir os gastos das distribuidoras com a energia comprada no mercado livre, evitando, assim, novo reajuste

Represa da hidrelétrica de Furnas, onde o nível de água está 14,5 m abaixo da média
Represa da hidrelétrica de Furnas, onde o nível de água está 14,5 m abaixo da média (Márcia Ribeiro/Folhapress )
O empréstimo adicional de 6,5 bilhões de reais de bancos e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) às distribuidoras de energia elétrica deve ser liberado até a primeira semana de agosto, disse à Reuters uma fonte envolvida nas negociações. "Está em fase final de aprovação", afirmou o executivo, que pediu para não ser identificado, já que as negociações têm caráter sigiloso. O financiamento conta um grupo de 15 bancos comerciais que, juntos, serão responsáveis pelo repasse de 3,5 bilhões de reais. Os 3 bilhões de reais restantes virão do BNDES.
Os recursos são uma extensão do crédito de 11,2 bilhões de reais concedidos por 10 bancos em abril ao setor, que sofre os efeitos da combinação de uma crise hídrica no país e problemas oriundos da renovação antecipada de concessões elétricas proposta pelo governo federal. Com a aprovação do valor, o reajuste previsto para agosto pela Aneel não deverá ocorrer.
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Como várias distribuidoras de energia ficaram descontratadas, ou seja, não tinham energia prometida para entregar a clientes, as empresas têm de comprar energia no mercado de curto prazo, a custos muito mais elevados. Originalmente, esperava-se que o empréstimo inicial cobrisse as necessidades das distribuidoras durante o ano todo, mas o dinheiro foi consumido até junho. Depois, aguardava-se que um novo apoio às distribuidoras atenderia dois ou três meses de liquidações do mercado de curto prazo, algo em torno de 2 a 3 bilhões de reais.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já havia aprovado no início do mês o adiamento até 31 de julho de pagamento de 1,3 bilhão de reais que as distribuidoras teriam que realizar referente aos valores das operações no mercado de curto prazo que não estão cobertos pela tarifa de energia. A postergação ocorreu para dar tempo para que o governo buscasse uma solução para cobrir essas despesas.
Mas os novos valores indicam uma tentativa de conseguir uma solução para até o fim do ano — quando a estação chuvosa no Sudeste/Centro-Oeste deve começar a ajudar a recompor represas de hidrelétricas, reduzindo o uso de energia térmica mais cara. Para compensar o buraco financeiro das distribuidoras e evitar impactos muitos pesados nas tarifas dos consumidores neste ano, o que pesaria na inflação, que está acima da meta fixada pelo Banco Central, o governo federal coordenou os bancos para um novo pacote.
O novo empréstimo terá taxa de equivalente a CDI, acrescida de 1,9% ao ano. As distribuidoras terão prazo de um ano de carência. A entrada de mais bancos no "pool" alivia preocupações de exposição excessiva de algumas instituições ao setor elétrico. Nesta segunda-feira, o Conselho de Administração da Eletrobras aprovou captar 6,5 bilhões de reais no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, para seu plano de negócios 2014-18.
(Com Estadão Conteúdo)

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