ONU diz que derrubada de avião pode ser crime de guerra
A comissária da organização para os Direitos Humanos também divulgou que desde abril mais de 1.100 pessoas morreram nos combates no leste ucraniano
"Esta violação da lei internacional, dadas as circunstâncias, pode ser considerada um crime de guerra", declarou a comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay. Em um comunicado, Pillay pediu uma investigação meticulosa, efetiva, independente e imparcial sobre a derrubada do avião por um míssil disparado de uma zona controlada pelos separatistas ucranianos no último dia 17. No Boeing 777 malaio havia 298 pessoas e todas morreram.
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Combates – Pelo menos três civis foram mortos durante a noite de domingo para segunda-feira em combates no leste da Ucrânia enquanto as tropas do governo intensificavam sua campanha contra rebeldes pró-Rússia, tomando o controle de uma estratégica área perto de onde o voo MH17 da Malaysia Airlines caiu, disseram autoridades nesta segunda-feira. Pesados confrontos nas imediações do local do desastre impediram que monitores internacionais chegassem ao local no domingo para investigar a derrubada do avião. Líderes ocidentais dizem ser praticamente certo que os separatistas abateram o avião por engano, usando mísseis terra-ar fornecido pelos russos. A Rússia acusa Kiev de responsabilidade pela derrubada.
O governo ucraniano afirmou nesta segunda-feira que suas tropas recapturaram o controle de Savur Mogila, uma localidade estratégica a 30 quilômetros de onde o Boeing da Malaysia Airlines caiu em 17 de julho. Os peritos vão tentar retomar seus esforços nesta segunda-feira para chegar ao local da queda, ainda em território sob controle rebelde. Bloqueios de estrada entre a cidade de Donetsk e o local são controlados ora pelo Exército ucraniano, ora pelas forças separatistas, que acusam uns aos outros de impedirem o acesso dos peritos à área.
Números – A Cruz Vermelha indicou oficialmente na semana passada que a situação na Ucrânia se caracteriza como uma guerra civil, o que transforma as áreas em conflito passíveis de serem condenadas por crimes de guerra. A ONU calcula que ao menos 1.129 pessoas morreram nos combates na região desde meados de abril, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira, e denuncia que o uso de armamento pesado em zonas residenciais. O texto também fala de 3.422 feridos.
Estes últimos dados divulgados pela ONU indicam um aumento considerável no número de vítimas no confronto na Ucrânia em relação ao balanço de 18 de julho, no qual a organização citou 256 mortos desde abril. A comissária da ONU para os Direitos Humanos afirmou ainda que as informações da intensificação dos combates nos redutos dos insurgentes, nas regiões de Donetsk e Lugansk, são "extremadamente alarmantes" e destacou que as duas partes "empregam armamento pesado em zonas residenciais, incluindo artilharia, tanques, foguetes e mísseis".
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