Pular para o conteúdo principal

Justiça retoma caso Francenildo nesta quarta-feira

TRF analisa decisão que obrigou a Caixa a pagar 500.000 reais ao caseiro, que teve o sigilo bancário violado por denunciar o então ministro Antonio Palocci

 
Antonio Palocci e Francenildo dos Santos Costa
OITO ANOS DEPOIS – O ex-ministro Antonio Palocci Filho e o caseiro Francenildo dos Santos Costa: falta a Justiça decidir o valor da indenização (AE)
Um episódio não resolvido da história política e criminal brasileira terá mais um capítulo nesta quarta-feira: a Justiça vai analisar se a Caixa Econômica Federal precisa indenizar em 500.000 reais o caseiro Francenildo dos Santos Costa, que teve o sigilo bancário quebrado em meio ao escândalo que derrubou Antonio Palocci do Ministério da Fazenda há oito anos.

Em 2010, a 4ª Vara Federal de Brasília determinou que a Caixa pagasse a indenização a Francenildo. Mas o valor ainda não foi transferido porque os dois lados recorreram. Nesta quarta, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª região vai julgar os recursos.

Rede de Escândalos: relembre o caso que derrubou Antonio Palocci

A defesa de Francenildo quer que a indenização seja maior. E se compromete a doar a instituições de caridade do Piauí todo o valor que porventura ultrapassar os 500.000 reais. O pedido, argumenta o advogado Wlicio Nascimento, é pedagógico: "Como punir um ofensor que aufere lucros bilionários? Não há melhor exemplo desse tipo de punição senão fazer com que ele sinta esse 'peso no seu bolso'", argumenta Wlicio, que defende Francenildo gratuitamente, em seu recurso.
Já a Caixa quer que o valor da indenização seja reduzido, mesmo reconhecendo que houve violação do sigilo bancário de Francenildo. Na época, os petistas espalharam a suspeita de que o caseiro havia recebido dinheiro para denunciar o ministro. Mas os depósitos encontrados na conta haviam sido feitos pelo pai dele, que vive no Piauí.
Palocci perdeu o cargo de ministro da Fazenda em 27 de março de 2006. O caseiro foi uma testemunha-chave do caso. Ele revelou na CPI dos Bingos que Palocci frequentava a chamada "República de Ribeirão Preto", uma casa de alto padrão em Brasília que servia de ponto de encontro de políticos e lobistas.
O ex-ministro foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal em 2009. O presidente da Caixa à época, Jorge Mattoso, ainda é réu em uma ação penal.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular