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Ataque israelense atinge escola da ONU e deixa 19 mortos

Segundo porta-voz da organização, o Exército israelense foi avisado que o local abrigava famílias. Em outra escola, ONU admite ter encontrado armas do Hamas

Pelo menos dezenove palestinos morreram e outros 50 ficaram feridos nesta quarta-feira em um bombardeio das Forças de Defesa de Israel (IDF, sigla em inglês) contra uma escola da Organização das Nações Unidas (ONU) no norte da Faixa de Gaza, informou o porta-voz do Ministério da Saúde no território palestino, Ashraf al Qedra. Segundo a rede britânica BBC, a ONU confirma que a escola foi mesmo atacada por foguetes israelenses. O porta-voz da ONU, Chris Gunness, disse que "o mundo está chocado" pelo ataque. Desde o início da ofensiva de Israel em Gaza, em 8 de julho, esta é a segunda vez que a ONU acusa Israel de bombardear uma de suas escolas.
Gunness disse à BBC que Israel tinha sido informada "dezessete vezes” que a escola no campo de refugiados Jabaliya estava abrigando os deslocados. "A última vez foi horas antes do ataque fatal", disse ele. "Nossa avaliação inicial é que foi a artilharia israelense que atingiu a nossa escola". Gunness disse que havia "várias mortes", incluindo mulheres e crianças, acrescentando que o ataque causou "vergonha universal". Israel, que acusa o grupo militante Hamas de usar escolas como bases para o lançamento de foguetes, ainda não comentou sobre o bombardeio.
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Segundo a ONU, vários projéteis de artilharia atingiram a escola al Hussein, do campo de refugiados de Jabalya, onde famílias inteiras tinham se refugiado depois que foram obrigadas a sair de suas casas pelos bombardeios israelenses das últimas três semanas. O Exército de Israel não confirmou o ataque contra a escola da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA, sigla em inglês), apesar de ter reconhecido que dezenas de alvos foram bombardeados em Gaza durante esta madrugada.
A Força Aérea e a artilharia israelense atacaram posições em toda a Faixa de Gaza, que na terça-feira registrou o dia mais sangrento desde o início da operação Limite Protetor, com mais de 120 mortes. Nesta madrugada, segundo Qedra, morreram outros onze palestinos, entre eles três meninas, e mais de vinte ficaram feridos, além das vítimas do bombardeio contra a escola. Em um desses ataques, contra um edifício residencial na cidade de Khan Yunes, no sul do território palestino, morreram oito pessoas da mesma família. "O número de mortos desde o começo da guerra israelense contra Gaza já chegou a 1.262 e os feridos somam mais de 7.000. Dois terços das vítimas são civis, entre eles mulheres e crianças", disse o porta-voz palestinos. Entre os israelenses, 55 militares morreram.
O recrudescimento dos ataques israelenses coincide com as tentativas do Egito de conseguir um cessar-fogo na região após mais de vinte dias de enfrentamentos. Uma delegação do Hamas e outra da Autoridade Nacional Palestina (ANP) devem se encontrar entre hoje e amanhã com representantes do governo egípcio para começar os esforços de pacificação, enquanto o Executivo israelense se reunirá hoje para analisar a proposta.
Foguetes escondidos – A ONU comunicou nesta terça-feira que encontrou um esconderijo de foguetes em uma de suas escolas na Faixa de Gaza. O porta-voz Chris Gunness condenou os responsáveis ​​por colocar civis em perigo armazenando os foguetes na escola, mas não culpou ninguém em particular. "Condenamos o grupo ou grupos que colocaram civis em perigo, escondendo essas munições em nossa escola. Esta é mais uma flagrante violação da neutralidade de nossas instalações. Apelamos a todas as partes em conflito que respeitem a inviolabilidade da propriedade da ONU", disse Gunness em um comunicado.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou indignação na semana passada com a descoberta de vinte foguetes em uma escola vazia da agência e em outra escola uma semana antes. Gunness disse que a organização convocou um especialista em munições para eliminar os foguetes e garantir a segurança da escola, mas acrescentou que ele não pôde acessar o local devido aos combates na área.
(Com agências EFE e France-Presse)

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