Pular para o conteúdo principal

EUA divulgam evidências de que a Rússia treinou rebeldes que derrubaram avião

Fotos da inteligência americana mostram campo de treinamento russo próximo à fronteira com Ucrânia, além de veículos militares e baterias antiaéreas na área

O governo dos Estados Unidos divulgou na noite desta terça-feira imagens de satélite e outras provas que demonstram que a Rússia treinou e equipou os separatistas ucranianos apontados como responsáveis pela derrubada do avião da Malaysia Airlines com 298 passageiros a bordo, reporta o jornal americano The Washington Post (WP) nesta quarta-feira. Os EUA sustentam, além disso, que a Rússia seguiu fornecendo tanques, lança-foguetes e outras armas à Ucrânia mesmo depois da queda do avião malaio na quinta da semana passada.
Segundo o jornal americano, funcionários da inteligência americana citaram como algumas das evidências dados de sensores que seguiram a trajetória do míssil que provavelmente derrubou o avião malaio, marcas de estilhaços na aeronave, análise de conversas dos rebeldes e fotos publicadas nas redes sociais.
Leia também
Avião com corpos de vítimas deixa Ucrânia rumo à Holanda

Voo MH-17: só 200 corpos foram transportados, diz perito
Separatistas pró-Rússia entregam caixas-pretas de avião
Voo MH-17: Holanda inicia investigação por crimes de guerra

As fontes disseram que os EUA detectaram, justamente quando aconteceu o incidente com o avião malaio, o lançamento de um míssil terra-ar na zona do leste da Ucrânia, região controlada pelos rebeldes pró-russos. Segundo o jornal, os funcionários também apontaram pela primeira vez uma instalação militar perto da cidade russa de Rostov como o ponto central do respaldo de Moscou aos separatistas na Ucrânia. O Washington Post destacou que as fontes citadas descreveram a instalação como um centro de treinamento e armas que cresceu de forma considerável no último mês.
A CIA e outras agências de inteligência dos EUA continuam examinando os dados sobre a queda do avião, mas os funcionários dizem que as provas colhidas nos cinco dias desde o desastre já são suficientes para apontar os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia como autores do ataque. Por outro lado, a comunidade de inteligência americana descarta que forças ucranianas fiéis à Kiev sejam responsáveis pelo ataque – teoria defendida pelos rebeldes. Três funcionários de inteligência falaram em condição de anonimato nesta quarta com um grupo reduzido de meios de comunicação e indicaram que a Rússia tenta manipular informações para divulgar sua versão da história. "Este parece novamente um caso típico de tentar culpar as vítimas", afirmou um dos funcionários citado pelo jornal americano.


Erro – Os Estados Unidos garantem desconhecer as identidades ou até as nacionalidades das pessoas que lançaram o míssil que derrubou a aeronave da Malaysia Airlines. A espionagem americana também não chegou a uma conclusão sobre o possível motivo do ataque, mas funcionários da inteligência também mencionaram que os rebeldes poderiam ter derrubado o avião por erro por carecer do treino suficiente para distinguir um alvo militar de um avião civil.
Disseram, além disso, não saber antes do ataque ao avião malaio que o sistema de lançamento de mísseis Buk, conhecido como SA-11 Gadfly na terminologia da Otan, estava na Ucrânia e asseguraram crer que foi esse sistema que derrubou o avião. "Existe um caso sólido que foi um SA-11 disparado do leste da Ucrânia no meio de condições criadas pela Rússia", disse um alto funcionário de inteligência citado pelo Wall Street Journal (WSJ). Segundo o WSJ, um dos principais objetivos da apresentação de hoje foi "não permitir que a narrativa russa" se imponha como a verdadeira.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular