Pular para o conteúdo principal

Dilma reage ao 'Aezão' e pede voto contra o 'pessimismo'

Presidente, que não tem apoio maciço de PMDB e PT no Estado do Rio, inaugura campanha na Baixada Fluminense sem contato com eleitores

 
Dilma, Pezão e Temer se reunem com prefeitos da Baixada Fluminense em jantar eleitoral
Dilma, Pezão e Temer se reunem com prefeitos da Baixada Fluminense em jantar eleitoral
Sem apoio maciço de PMDB e PT no Rio de Janeiro, a presidente Dilma Rousseff inaugurou na noite desta quinta-feira no Estado sua campanha à reeleição. Sem disposição de enfrentar o contato com eleitores nas ruas, Dilma foi afagada por políticos locais em uma churrascaria, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, durante ato com a presença de militância paga.
O evento foi uma resposta ao movimento "Aezão", organizado pelo PMDB fluminense, de voto conjunto em Aécio Neves (PSDB) para presidente da República e em Luiz Fernando Pezão (PMDB) para governador. O encontro reuniu cerca de 400 pessoas (280 com jantares pagos), de acordo com o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso. Bem menos do que o Aezão, que teve mais de 1.000 pessoas.
Sem mencionar diretamente os adversários, Dilma elevou a agressividade contra a oposição ao discursar para a plateia de aliados. Depois de naufragar o discurso do medo, encarnado em peças recentes da propaganda petista na televisão, a presidente acirrou o clima de “nós contra eles” ao dizer que sua “campanha é da verdade contra a mentira”.
“Na primeira campanha de Lula, era a esperança contra o medo. Essa campanha é da verdade contra o pessimismo. Para esse projeto ser transformador, preciso dos votos de vocês”, afirmou a presidente.
Leia também:
Quase partido', Rede tem 104 candidatos
Dilma arma agenda eleitoral em viagem como presidente
'Campanha começou como adversários gostam: com mentiras e ataques', diz Aécio

O evento irritou o PT fluminense, que vetou, sem sucesso, a presença de prefeitos da legenda. Foi considerado mais uma demonstração de desrespeito da presidente com Lindbergh Farias, candidato petista ao Palácio Guanabara. Ignorado desde o começo do ano nas visitas de Dilma ao Rio, Lindbergh tenta a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em atos de campanha no Rio.
O jantar para Dilma foi organizado sem respaldo das cúpulas partidárias regionais. A convocação foi feita pelos prefeitos do Rio, Eduardo Paes (PMDB), de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (sem partido), e de Niterói, Rodrigo Neves (PT). A Associação Estadual dos Municípios do Rio de Janeiro (Aemerj) também enviou convites a prefeitos para dar um caráter institucional ao evento de campanha. Foi uma resposta ao lançamento do Aezão, também em uma churrascaria do Rio, em junho, quando o PMDB fluminense pregou o voto em Aécio e Pezão com a presença de cerca de 60 prefeitos e ex-prefeitos, com apoio majoritário da coligação de 18 partidos liderada pelo PMDB no Rio.
Pezão chegou ao evento com a presidente. Mesmo sem nunca ter desencorajado o voto em Aécio, o governador afagou Dilma e jurou empenho na campanha presidencial dela. “Vou trabalhar de corpo e alma pela campanha da senhora”, prometeu.
O complexo arranjo de alianças partidárias do Rio foi chamado de "bacanal eleitoral" e de "coligações orgiásticas" por políticos locais, como o prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB) e o deputado federal Alfredo Sirkis (PSB). Também deixou patente a rápida capacidade de candidatos de esquecer mágoas e rivalidades em favor de conveniências eleitorais.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Procurador do DF envia à PGR suspeitas sobre Jair Bolsonaro por improbidade e peculato Representação se baseia na suspeita de ex-assessora do presidente era 'funcionária fantasma'. Procuradora-geral da República vai analisar se pede abertura de inquérito para apurar. Por Mariana Oliveira, TV Globo  — Brasília O presidente Jair Bolsonaro — Foto: Isac Nóbrega/PR O procurador da República do Distrito Federal Carlos Henrique Martins Lima enviou à Procuradoria Geral da República representações que apontam suspeita do crime de peculato (desvio de dinheiro público) e de improbidade administrativa em relação ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL). A representação se baseia na suspeita de que Nathália Queiroz, ex-assessora parlamentar de Bolsonaro entre 2007 e 2016, período em que o presidente era deputado federal, tinha registro de frequência integral no gabinete da Câmara dos Deputados  enquanto trabalhava em horário comerci
Atuação que não deixam dúvidas por que deveremos votar em Felix Mendonça para Deputado Federal. NÚMERO  1234 . Félix Mendonça Júnior Félix Mendonça: Governo Ciro terá como foco o desenvolvimento e combate às desigualdades sociais O deputado Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) vê com otimismo a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República. A tendência, segundo ele, é de crescimento do ex-governador do Ceará. “Ciro é o nome mais preparado e, com certeza, a melhor opção entre todos os pré- candidatos. Com a campanha nas Leia mais Movimentos apoiam reivindicação de vaga na chapa de Rui Costa para o PDT na Bahia Neste final de semana, o cenário político baiano ganhou novos contornos após a declaração do presidente estadual do PDT, deputado federal Félix Mendonça Júnior, que reivindicou uma vaga para o partido na chapada majoritária do governador Rui Costa (PT) na eleição de 2018. Apesar de o parlamentar não ter citado Leia mais Câmara aprova, com par
Estudo ‘sem desqualificar religião’ é melhor caminho para combate à intolerância Hédio Silva defende cultura afro no STF / Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias Uma atuação preventiva e não repressiva, através da informação e educação, é a chave para o combate ao racismo e intolerância religiosa, que só em 2019 já contabiliza 13 registros na Bahia. Essa é a avaliação do advogado das Culturas Afro-Brasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF), Hédio Silva, e da promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Lívia Vaz. Para Hédio o ódio religioso tem início com a desinformação e passa por um itinerário até chegar a violência, e o poder público tem muitas maneiras de contribuir no combate à intolerância religiosa. "Estímulos [para a violência] são criados socialmente. Da mesma forma que você cria esses estímulos você pode estimular