UE negocia acordo para intensificar relações com Cuba
Bloco europeu quer promover suas empresas, ampliar investimento na ilha comunista dos irmãos Castro e aumentar sua influência na região
Sede da UE em Bruxelas (Daniel Roland/AFP)
"Cuba quer capital, e a UE quer influência", disse uma pessoa envolvida nas discussões, que pediu anonimato devido à sensibilidade do tema. "Essa cooperação pode ser o início de muito mais". Duas outras pessoas que sabem das negociações disseram que um consenso foi alcançado em Bruxelas para dar apoio às reformas do ditador cubano Raúl Castro e para posicionar bem as empresas europeias no caso de uma transição a longo prazo para uma economia mais capitalista. Se o impacto inicial do acordo de cooperação será limitado, o simbolismo dele é enorme para a UE, cujas relações com Cuba não são as melhores desde que o bloco impôs em 2003 sanções ao país por causa da prisão de 75 dissidentes do regime castrista.
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Embora a UE tenha suspendido as sanções em 2008, a normalização das relações tem sido difícil por causa da resistência da Polônia e da República Tcheca, devido ao trágico passado comunista dos dois países. Havana tem rejeitado a posição bloco em relação a Cuba, adotada em 1996 para promover direitos humanos e democracia na ilha. Além disso, os Estados Unidos, tradicional oponente de Cuba, que mantêm um embargo contra a ilha desde 1962, pressionavam Bruxelas para tentar isolar Havana. Washington, porém, não tentou bloquear os recentes esforços do bloco, disseram pessoas próximas às negociações, enquanto que a Polônia e a República Tcheca agora dão apoio a um acordo. (Continue lendo o texto)
Num sinal de impaciência com a atual situação, a Holanda enviou o seu ministro do Exterior à Havana em janeiro. A Espanha também pressiona por mudanças nas relações, desde que Fidel Castro passou o poder para o irmão Raúl, em 2008. Alguns países europeus veem a "posição comum" de 1996 como ultrapassada porque dezoito governos do bloco têm acordos bilaterais com Cuba, tornando difícil para UE falar com uma voz só sobre o assunto. O ministro do Exterior da Espanha, José Manuel García-Margallo, tem frisado que a "posição comum" vai permanecer enquanto a Comissão Europeia negocia o pacto de cooperação.
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Um acordo de cooperação, mecanismo que a UE usou no passado para fortalecer relações com a América Central e com a Ásia, não deve aumentar muito o comércio porque Cuba vende pouco para a Europa. Além de charutos e rum, as exportações cubanas não despertam muito interesse no bloco, mas Bruxelas acredita que o desenvolvimento de negócios comuns é a melhor maneira de promover mudanças em Cuba. A UE é o maior investidor externo de Cuba e segundo parceiro comercial da ilha, depois da Venezuela. Um terço dos turistas que os cubanos recebem todos os anos vem do bloco.
(Com agência Reuters)
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