Rússia ignora acordo com os EUA e testa míssil
Congresso dos EUA cobra postura firme da Casa Branca para responder ao Kremlin. Governo americano também se preocupa com testes militares da China
Reuters)
Em 1987, Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev, respectivamente o presidente dos EUA e o chefe máximo da então União Soviética (URSS), assinaram um tratado que previa o banimento de testes de mísseis de médio alcance (até 5.400 Km). Mesmo com o fim da URSS, em 1991, o acordo foi mantido por Rússia e EUA. "Os Estados Unidos nunca hesitaram em questionar o cumprimento do tratado com a Rússia, e essa questão não é uma exceção", disse Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado, conforme relatado pelo NYT. "Há um processo de revisão em curso, e nós não gostaria de especular o resultado", completou Psaki.
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O jornal também citou outras autoridades americanas não identificadas afirmando que, sem dúvida alguma, os testes violam o tratado. Membros do Congresso familiarizados com o assunto informaram o NYT que os testes já vêm acontecendo há mais de um ano e pressionam a Casa Branca por uma postura mais firme com Moscou.
A disputa pública sobre os testes pode tornar-se mais um empecilho para a relação já conturbada entre Washington e Moscou. Nos últimos meses, a relação foi desgastada por diferenças sobre como acabar com o conflito na Síria, o asilo temporário concedido a Edward Snowden pela Rússia, ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), e, mais recentemente, a turbulência na Ucrânia.
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China – Além do caso envolvendo os testes russos, os EUA também estão preocupados com as atividades militares recentes da China. Na terça-feira, o Pentágono informou que em 9 de janeiro a China realizou com sucesso o teste de uma nova aeronave militar de ‘ultra-alta velocidade’ (ultra-high speed, em inglês) que representaria um sério desafio para a tecnologia de ponta do exército dos EUA.
Durante uma audiência do Comitê de Defesa da Câmara na terça-feira, Frank Kendall, subsecretário de Defesa, alertou que a China está aumentando drasticamente seus gastos militares, enquanto "os nossos orçamentos estão indo na direção oposta". Segundo o Pentágono, a nova aeronave hipersônica da China seria capaz de penetrar o sistema americano de defesa de mísseis e transportar ogivas nucleares a velocidades recorde – o avião chinês é capaz de voar a mais de 12.000 Km/h.
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