Sem a presença de Amanda Knox, tribunal deve anunciar veredito nesta quinta
Americana decidiu aguardar decisão em Seattle, para onde voltou em 2011
Amanda Knox durante entrevista ao canal amerciano NBC, em Nova York (Peter Kramer/NBC/AP)
“Nada vai mudar a experiência que eu tive de ser presa injustamente. Eu estaria colocando o meu destino nas mãos de pessoas que claramente querem me ver na prisão por algo que eu não fiz”, afirmou ela, em entrevista ao jornal The New York Times.
Amanda tem feito sua defesa por meio de entrevistas, principalmente para a imprensa americana e italiana. No início deste mês, ela disse ao jornal La Reppublica que estava disposta a não retornar ao país europeu e se tornar uma “fugitiva” da Justiça. “Caso eu seja condenada eu serei, como vocês dizem, uma fugitiva”.
O caso foi reaberto em setembro do ano passado, voltando a atrair a atenção para o caso envolvendo jovens estudantes e um flat na paradisíaca cidade de Perugia. O promotor em Florença, Alessandro Crini, mudou o argumento do primeiro julgamento, que envolvia uma tese de jogo sexual, e sugeriu que a morte de Meredith resultou de uma discussão sobre a limpeza do apartamento que as duas dividiam – discussão que se tornou violenta. Na última semana, Crini fez um apelo à corte para emitir um mandado de prisão imediato caso Amanda e Sollecito sejam condenados, para garantir que eles vão cumprir a sentença.
Nos argumentos finais, um advogado descreveu Amanda como “diabólica” e “uma mina explosiva de sexo, drogas e álcool”. “Eu não sou esta pessoa. Eu claramente não sou a pessoa que está sendo descrita”, disse Amanda ao NYT.
Será o fim? – Na visão dos americanos, Amanda foi prejudicada pelo trabalho do promotor Giuliano Mignini. Alguns de seus métodos de investigação foram questionados, como o de interrogar a ré por mais de dez horas em italiano, quando ela ainda mal compreendia o idioma. A conversa não foi gravada e Amanda teve de assinar uma declaração com a qual não concordava. Para muitos ingleses e italianos, porém, Amanda é uma assassina fria. Essa convicção popular se baseia ora em demonstrações de insensibilidade, ora em puro preconceito: ela não chorou pela morte da amiga, tinha um vibrador no formato de um coelho cor-de-rosa, comprou calcinhas dias após o crime e trocou carícias com o namorado enquanto a polícia os investigava.
Em uma carta enviada ao tribunal de Florença, em dezembro, a estudante voltou a declarar inocência e enfatizou que não é um “monstro”. “Eles querem que vocês pensem que eu sou um monstro porque é mais fácil condenar um monstro. É fácil desconsiderar a defesa de um monstro como enganosa. Mas a acusação está errada”, disse na mensagem que foi desconsiderada pelo juiz Alessandro Nencini: “Quem quer falar em um julgamento, comparece ao julgamento”.
Como não há provas adicionais e os detalhes do caso sofreram poucas mudanças ao longo dos anos, é provável que o novo julgamento não dê em nada. Seja qual for o veredito, no entanto, o caso ainda poderá ter desdobramentos, informou a rede CNN, já que os dois lados podem recorrer. Também é pouco provável que ela seja extraditada, em caso de condenação.
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