Acordo proposto por Kerry incluirá saída de 20% de colonos israelenses, diz jornal
De acordo com o jornal israelense 'Ynet', o tratado incluirá o reconhecimento mútuo, acordos de segurança e compensações para os árabes e judeus
John Kerry e Martin Indyk, em entrevista coletiva (AFP)
“Indyk frisou que em torno de 75% ou 85% dos colonos judeus terão permissão para ficar em suas casas na Cisjordânia como parte de uma troca de terras com os palestinos, sustentada na linha verde traçada em 4 de junho de 1967”, segundo o Ynet. O jornal não deu detalhes de quando e onde a reunião foi realizada e afirmou que a decisão sobre quais colonos não serão evacuados será tomada durante a negociação do acordo definitivo.
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Logo após a publicação da informação, Dani Dayan, representante do Yesha Council - organização que aglutina as colônias judias na Cisjordânia - criticou as palavras atribuídas a Indyk, que não confirmou ao jornal a veracidade dos números divulgados. “Sua visão sobre os judeus da Judéia e Samaria é extremamente enganosa. Quando fala de 80% está incluindo Jerusalém Oriental. Isso significa o despejo forçado de 150 mil israelenses, algo que é moralmente repugnante e inaceitável”, afirmou Dayan por meio de um comunicado.
O futuro dos assentamentos na Cisjordânia foi o tema central do debate político israelense nas últimas semanas e inclusive desencadeou um duro enfrentamento entre o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Economia, Naftali Bennett. Líder de um partido ultradireitista, Bennett precisou se desculpar após criticar a possibilidade de Netanyahu aceitar um acordo que inclua a soberania palestina sobre as colônias. Na quinta-feira, outro membro da ala mais conservadora do gabinete, o ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, afirmou que “não há intenção de deixar nenhum assentamento israelense sob soberania palestina”.
Kerry negocia discretamente com palestinos e israelenses desde o ano passado um acordo que propicie o diálogo final. Os termos do pacto podem ser revelados nas próximas semanas. Segundo o Ynet, o acordo incluirá o reconhecimento mútuo, acordos de segurança e compensações tanto para os árabes expulsos em 1948 como para os judeus que tiveram abandonar os países árabes nos quais viviam após a criação de Israel.
(Com agência EFE)
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